Como surgiu a ideia de entrar para política? Foi um convite? Vocês sempre tiveram essa vontade?
Leandro – Todos nós já exercemos política no dia-a-dia, quando o seu zelador pede melhorias para seu apartamento, por exemplo. O convite a nós foi feito pelo Kassab. Ele fez amizade com o Kiko e, então, começou a freqüentar a minha casa.
Kiko – Não tive o estalo de dizer: “vou pra política agora”. A política é o exercício básico da cidadania. Obviamente que obter um cargo público é diferente, precisa ser almejado, conquistado e cumprido.
Mas o que fez vocês, artistas, a optarem por essa carreira na política?
Kiko - Tem muitos artistas que vão para se aventurar. São uns débeis mentais. Política não é um lugar para brincar. Depois de dez anos de carreira, estabelecido profissional e financeiramente, eu não teria necessidade de ir pra política. Não sou contra artistas na política, até porque já sou um deles. Sou contra qualquer aventureiro, seja artista ou não. Esses dias eu vi um artista, candidato, falando que não sabia o que um deputado federal fazia porque ainda não tinha se reunido com o partido. Como é que é? Vai fazer o que lá então?
Leandro – o que motiva uma pessoa dessa a se expor?
Então, por que se candidatar? Não há o risco de não serem levados a sério pela mídia e pelo congresso, como acontece com alguns artistas que se candidatam?
Kiko - Há quase seis anos eu trabalho no combate à pedofilia. Há três, ajudo e participo da CPI da Pedofilia. Eu quero ir pra cima, quero pegar esses caras. Eu estou lá na CPI, mas eu não tenho cargo, então, não posso ser relator. Por isso, estou buscando esse cargo público. Acho que não vai rolar preconceito. Recebemos até uma menção de aplauso do Senado Federal brasileiro. O último que recebeu isso foi o Papa. O trabalho que faço na CPI já me credencia, não tenho que provar nada.