Alexandra tinha cabelos pretos e olhos verdes. Mas não chamava atenção apenas pela beleza. No fim da década de 70 e início dos anos 80, ela era a única garota nas peladas pelas ruas do Brás.
Batia um bolão em uma época em que o futebol feminino ainda não era regulamentado no país, porque segundo um decreto não era um esporte para mulheres.
Torcedora do Flamengo, a vereadora Marielle, executada há um ano, também gostava de jogar futebol na rua com os meninos. Quando cresceu, assumiu a luta das mulheres e dos menos favorecidos. Seu assassinato chocou o Brasil e o mundo. Só agora dois suspeitos foram presos.
Em Alagoas, Marta, eleita seis vezes a melhor do mundo pela FIFA, também começou batendo uma bolinha pelas ruas de Dois Riachos. Hoje ganha um salário alto para os padrões femininos, mas muito aquém do que ganham os astros da modalidade.
No Dia das Mulheres, elas conseguiram uma pequena vitória. A Adidas anunciou que vai pagar para as jogadoras o mesmo valor de bônus que paga para os homens, durante a Copa do Mundo, que vai ser disputada na França, em junho.
Mas elas querem e merecem mais. Por isso, as jogadoras da Seleção dos Estados Unidos decidiram entrar na Justiça para ganhar o mesmo que os marmanjos.
O sexo frágil não foge à luta e não quer viver só de migalhas a cada 8 de março.