Era a primeira vez de Pedro Sakamoto na chave principal de um torneio nível ATP. Aos 25 anos, ele jogava em casa, no ginásio do Ibirapuera, em SP, contra o espanhol Jaume Munar, pupilo de Rafael Nadal, que aos 21 já ocupa o número 61 do ranking.
Sakamoto, atual número 389 do mundo, sentiu o peso da estreia e a diferença de nível motivada pelo ranking. Estava sendo varrido da quadra. Em apenas 15 minutos de jogo, o placar mostrava 5 x 0 para o espanhol.
“Com certeza entrei um pouco mais tenso, mas isso passa em um, dois games. O principal problema foi a minha inconstância dentro do jogo”, reconheceu Sakamoto.
No sexto game, com o apoio da pequena torcida de pouco mais de 100 torcedores, o brasileiro confirmou seu serviço. E ouviu da arquibancada o grito de um gaiato: “é isso aí de zero não.”
Mas Sakamoto fez mais. Subiu o nível de jogo, quebrou o serviço de Munar, diminuiu a vantagem para 5 x 3 e salvou dois set points, antes de perder o primeiro set por 6 x 3. E recebeu elogios do queridinho de Nadal.
“Joga bem, tem excelente jogo de pernas e uma boa direita. Ele subiu de nível depois dos 5 x 0 e tornou o jogo mais complicado”, disse Munar.
No segundo set, Sakamoto confirmou o primeiro game, mas depois perdeu um pouco de intensidade, sofreu duas quebras no saque e foi derrotado por 6 x 2, após 1h06 de jogo.
“Valeu a experiência, desfrutei ao máximo e consegui por muitos momentos jogar o tênis que eu venho jogando ultimamente”, destacou o brasileiro, que para se manter em quadra depende ainda da ajuda do pai. “Meu pai ainda trabalha muito para me ajudar. Eu tento me virar mas no final da temporada o saldo sempre fica no zero a zero ou negativo”, lamentou.