Como explicar tamanha devoção? Com menos de um gol por jogo no Paulistão e com classificações sofridas na Copa do Brasil e na Sul-Americana, o Corinthians continua arrastando os fiéis e tem o dobro de público do que o Santos no torneio estadual, o time que mais encanta nesse início de temporada.
É simples de responder. Mesmo com as recentes conquistas, o sofrimento está no DNA corintiano, assim como a procura incessante pelo gol faz parte do DNA santista, tão bem captado pelo invejado argentino Sampaoli.
Com míseros oito gols em nove jogos, o corintiano fica arrepiado só de olhar para a tabela e ver que o rival alvinegro já balançou a rede 19 vezes, uma média superior a dois gols por jogo. Como não lembrar do tempo em que Pelé castigava o Timão sem piedade? Como esquecer do tabu que durou 11 anos, com direito a 50 gols marcados pelo Rei?
O incômodo é tão grande que até o sensato e pragmático Carille vestiu a carapuça. Incomodado com a onda de elogios ao treinador argentino, tratou de minimizar a façanha tática do colega. Pegou mal até porque o Corinthians tem sofrido para criar situações de gol.
Uma pena que o torcedor santista não esteja prestigiando o time de Rodrygo, Jean Mota, Derlis González e Carlos Sánchez. Na goleada de 4 x 0 contra o América de Natal, pela Copa do Brasil, apenas 7 mil torcedores viram o espetáculo no Pacaembu. O Santos de Sampaoli merecia mais.