Volta da torcida no RJ é mistura de insanidade e politicagem

Com denúncias de lavagem bilionária de dinheiro na Prefeitura, Crivella quer bancar reeleição com medida que não depende só dele

19 set 2020 - 12h11
(atualizado às 12h44)

O Rio de Janeiro acabou de registrar um aumento de 36% na média de mortes por coronavírus. E qual a atitude que o prefeito Marcelo Crivella tomou para conter o avanço? Anunciou a volta da torcida ao Maracanã daqui a duas semanas.

O prefeito Marcelo Crivella autorizou a volta do público aos jogos do Maracanã
27/11/2019
REUTERS/Sergio Moraes
O prefeito Marcelo Crivella autorizou a volta do público aos jogos do Maracanã 27/11/2019 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Qual a lógica do prefeito? Tirar gente da praia e colocar no estádio de futebol. Para bancar a insanidade, ele vai pedir pra CBF marcar os jogos no RJ às 11h da manhã. Além de tudo, ainda vai sobrar para os jogadores que terão de aguentar um calor infernal.

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Crivella usa mais uma vez o futebol para tentar emplacar a reeleição. Há uma denúncia grave de que a Igreja Universal foi usada para lavar dinheiro da corrupção da Prefeitura e nada melhor do que fazer um agrado para os torcedores do Flamengo

Só tem um problema nessa história: faltou combinar com a CBF e com os outros clubes do Brasileirão. É evidente que não é possível liberar apenas para os torcedores do Flamengo. Haveria um claro favorecimento.

O que o prefeito parece já ter conseguido é desviar o assunto sobre as denúncias de corrupção. Só que infelizmente a atitude de Crivella também pode fazer com que a presença da torcida seja liberada no país inteiro antes da hora. 

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