Busca

Pressione "Enter"



Se você já viu esse filme, dê sua nota:



e-mail Cobertura completa Sites de cinema Grupos de discussão Colunistas Os melhores filmes Notas dos filmes Todos os filmes Roteiro de cinema O que está passando no Brasil

Mel Gibson encarna bandido irresistível em O Troco











Pronto para a vingança: Porter não deixa barato

O Troco é um filme simples com elementos básicos: um (quase) mocinho, muitos bandidos, a polícia corrupta, a mocinha, muito dinheiro em jogo, um bom motivo para ir à forra, nenhum efeito especial extraordinário. Mas é bom o suficiente para agradar intelectuais - críticos ferrenhos dos blockbuster americanos - e fãs do cinemão pipoca - alérgicos a obras cerebrais.

Mel Gibson está de volta como Porter (para desfazer sua imagem de bom moço) um vigarista que mistura a fúria e a ética do seu Max, de Mad Max, e as ações do insano Martin Riggs, na série Máquina Mortífera. Ninguém poderia esperar sentimento melhor de um homem que foi traído e baleado pela mulher para ficar com seu melhor amigo e a metade de US$ 140 mil surrupiados pelos três. Aproveitando os rumores de sua morte, Porter deseja vingar a amizade, o casamento, o bolso e a violência corporal. Não quer nada além dos seus US$ 70 mil e para tê-los de volta topa levar porrada da máfia chinesa, da polícia corrupta, do ex-parceiro Val e de todo "O Sindicato" do qual faz parte. Sobra disposição até para levar umas palmadas da engraçadíssima oriental sádica metida em trapos de couro.

Mas para não contrariar a ciência, toda ação do filme tem reação, e Porter responde com roubo, seqüestro, chantagem, pancadaria, assassinato, mutilação. A produção faz lembrar os filmes policiais do final da década de 60 e dos anos 70 com suas cenas longas e menos cortes. Ela incorpora com ousadia a atmosfera noir "mais underground somada a doses de humor e sarcasmo" - repetindo palavras do próprio Mel Gibson.

Para alçancar tecnicamente o noir de décadas atrás, O Troco passou por um processo de descolorização que aproxima ao máximo as cores originais do preto-e-branco, usado também no recente Vidas em Jogo. O roteiro adaptado do livro The Hunter, de Richard Stark, é de Helgeland, e a direção também é 'quase' dele. Mel Gibson como produtor e ator decidiu afastá-lo do projeto de O Troco pelo bem da película. É que o australiano queria refazer pelo menos um terço das cenas já filmadas e mudar inclusive o final, a contragosto do diretor. Prevaleceu a vontade de Gibson, que fez questão de se pronunciar satisfeitíssimo com o resultado final exibido nas telas.

Helgeland tem reconhecimento por seus roteiros, entre eles Assassinos, Los Angeles-Cidade Proibida, Teoria da Conspiração e o deplorável O Mensageiro
, dirigido e estrelado(?) por Kevin Costner. Não dá para julgar sua estréia como diretor, já que não se sabe até onde o dedo de Gibson tocou até chegar a versão final. Mas O Troco tem o ritmo e a estética necessários ao noir ao qual se propõe. Nada de espetacular, nada de decepcionante. Quem não gostar, que "vá cozinhar um ovo" como sugere Porter à sádica oriental quando ela se insinua para ele.





Procure na sua cidade

Direto do site oficial


Livros recomendados
Payback, de Richard Stark, Mass Market Paperback, 1998.


Leia a opinião de Carlos Gerbase sobre o filme

 








O TROCO

Título Original: Payback
País de Origem:
EUA
Ano: 1998
Duração: 102min
Diretor: Brian Helgeland
Elenco:
Mel Gibson, Maria Bello, Gregg Henry, James Coburn, Kris Kristofferson, William Devane, David Paymer, Deborah Kara Unger.









Copyright© 1998 ZAZ. Todos os direitos reservados. All rights reserved.