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A Enguia focaliza outsiders
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 97, A Enguia, de Shoei Imamura, dividiu o prêmio com o filme iraniano Gosto de Cereja, de Abbas Kiarostami. Curiosamente, Cannes premiou duas obras identificadas com um cinema profundamente humanista, cindido à vida, morte, amor e redenção.
Surpreendido pela traição de sua mulher, Takuro Yamashita (Koji Yakusho) acaba matando a esposa e o amante. Na prisão, sua companhia é uma enguia, que ele mantém mesmo depois da libertação, oito anos depois. Tranquilidade impossível Desajustado à vida em sociedade, Takuro decide recomeçar a vida abrindo uma barbearia no subúrbio, onde a vida parece transcorrer sem maiores incidentes. A tranquilidade é quebrada com o aparecimento de Keiko (Misa Shimizu), uma vizinha muito parecida com a esposa que assassinou. Ao salvar Keiko do suicídio, Takuro acaba se envolvendo com a jovem, que foi abandonada por um noivo arrivista. A narrativa é centrada no drama íntimo dos dois outsiders e na dificuldade de Takuro em esquecer o passado violento e se entregar a uma nova relação. Shoei Imamura, autor do belíssimo A Balada de Narayama, Palma de Ouro em 1983, retorna às telas depois de mais de dez anos com essa perturbadora história. (Cássia Borsero)
Veja a opinião da colunista Barbara Kruchin sobre o filme
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Título Original: Unagi |
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