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Mostra Rio 98

Diretor volta a criticar sociedade americana em Happiness

Todd Solondz mostrou sua proposta de uma narrativa diferente em Bem-vindo à casa de bonecas, vencedor do festival Sundance de 1997, no qual comédia e tragédia fundem-se e o espectador não sabe se ri ou se chora de situações trágicas,  pelas quais passam seus personagens.

Happiness, seu mais novo filme, segue a mesma trilha. Num subúrbio de N.Jersey, cidade satélite da cosmopolita N.York, diversos personagens vivem suas rotinas de alegrias e frustrações. Solondz não esconde nada e expõe a mente doentia dos americanos em relação ao sexo. Várias histórias são contadas ao mesmo tempo, sem existir na verdade um personagem principal, como se fossem vários contos que eventualmente encontram-se em uma mesma trama.

Por um lado, uma moça de trinta anos vive a frustração de não encontrar um parceiro, cometendo nessa procura diversos equívocos tragicômicos, como dar um fora em um colega gorducho apaixonado e suicida ou de embarcar num caso amoroso com um aluno imigrante russo, visivelmente casado e visivelmente aproveitador.

Sua irmã, uma escritora de sucesso, bonita, rica e sempre com a agenda cheia, é objeto da obsessão de um vizinho também gorducho que sonha em transar com ela. Este por sua vez confessa suas obsessões a seu analista, um pai de família bastante comum, casado com a outra irmã da infeliz professora equivocada. Os diálogos mostram as entrelinhas, os personagens falam aquilo que pensam, em um tom de auto-pilhéria que fortifica esse lado satírico, confrontando a face mais patética da sociedade americana. 

Dessa forma, coisas como abuso sexual de crianças ou obsessões sexuais ficam mais amenas, mas ainda assim o tom crítico é bastante forte. O filme, lançado em maio último na Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes, teve sua distribuição cancelada pela Universal, produtora do filme, em virtude dos temas tratados e estréia nos Estados Unidos em meados de outubro, com distribuição da Good Machine e ainda sem problemas relacionados a seus assuntos polêmicos. (Beth Ferreira)

 

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