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Flashes da festa: uma noite de poucas surpresas
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• Aquela tradicional
introdução, em que o mestre-de-cerimônias brinca com os indicados e os
esquecidos pelos membros da Academia, esfriou bastante em relação às últimas
edições, quando Billy Crystal protagonizava engraçadíssimos clipes com
cenas dos filmes concorrentes. Este ano, Whoopi apenas falou, falou, falou...
• Ganhador do Oscar de ator coadjuvante, o veterano James Coburn, depois
de mais de 200 películas, finalmente chegou lá: – Acho que dessa vez acertei
na escolha do filme – desabafou.
• Elizabeth e Shakespeare Apaixonado guardam tantas semelhanças
entre si que os diretores da cerimônia resolveram apresentar os dois filmes
no mesmo clipe, ganhando assim alguns preciosos minutinhos para a turma
do “agradeço a minha cunhada...”.
• A brincadeira entre alguns que agradeciam pela estatueta era que, se
espichassem demais seus discursos, um meteoro cairia em suas cabeças –
referência aos filmes Impacto Profundo e Armageddon. Infelizmente, nenhum
corpo celeste caiu ontem em Los Angeles.
• Ao ser questionado por Whoopi se ele estava entendendo as piadas, Roberto
Benigni, com aquele eterno sorriso desbundado, balançou a cabeça negativamente.
Sorte dele.
• Belíssima, Sophia Loren foi quem chamou as cenas de A Vida É Bela
e logo em seguida apresentou os indicados a melhor filme estrangeiro.
Não foi preciso bola de cristal para saber quem iria ganhar.
• E no seu “grazie tutti”, Benigni subiu nas cadeiras, declarou-se para
Sophia, fez Goldie Hawn e Uma Thurman chorarem, agradeceu aos pais pela
infância pobre. O show não pode parar...
• A tarefa de apresentar as indiações a melhor trilha sonora
de comédia ou musical pareceu ter sido dividida entre a atriz Andie McDowell
e um garçom latino. Olhando melhor, constatava-se que o dono do summer
jacket era Andy Garcia.
• Anne Heche teve que dizer duas vezes o texto sobre os prêmios técnicos
que ela apresentou um mês atrás porque seu microfone pifou. Só pode ter
sido piada.
• Jim Carrey brincou com o fato de ter sido preterido ao prêmio de melhor
ator em favor de Roberto Benigni. Imitou o histrionismo e o sotaque do
italiano. Saiu da saia justa com elegância.
• Roy Rogers, falecido no ano passado, ganhou uma bela homenagem, com
cenas de seus filmes alternadas com imagens dos maiores caubóis de todos
os tempos.
• – Eu queria ser Júpiter para levar vocês para o céu e fazer amor com
todos. Assim Benigni agradeceu pelo Oscar de melhor ator.
• Jack Nicholson foi o responsável pela pá de cal em cima das esperanças
de um Oscar verde-amarelo. Enrolamos as bandeiras exatamente às duas da
madrugada, quando Jack anunciou o nome de Gwyneth Paltrow, de Shakespeare
Apaixonado, que agradeceu a estatueta chorando como uma Rainha das
Piscinas, enquanto distribuía “thanks” a todos os seus familiares, sem
exceção.
• Gwyneth ainda teve presença de espírito para se dizer
indigna de receber o prêmio diante de Meryl Streep, sua concorrente.
Se conhecesse Fernanda Montenegro, iria engasgar dentro do vestido rosa-bebê
de Ralph Lauren.
• Oito anos depois de estrear no cinema como a jovem Wendy de Hook – A
Volta do Capitão Gancho, Gwyneth Paltrow chegou ao Dorothy Chandler Pavillon
acompanhada pela mãe, a atriz Blythe Danner, e pelo pai, o produtor Bruce
Paltrow. No longo e lacrimoso discurso de agradecimento pelo Oscar, não
esqueceu de citar o ex-namorado Ben Affleck (com quem contracena em Shakespeare
Apaixonado).
• A apresentação dos concorrentes a melhor curta de animação foi uma gracinha:
os bichinhos de Vida de Inseto
carregaram nas costas o envelope com o nome do vencedor, e foram mais
engraçados que a maioria dos comediantes da noite.
• Luxo só: o clipe com cenas de filmes com Frank Sinatra foi editado por
ninguém menos que o diretor Martin Scorsese.
• A homenagem ao diretor Elia Kazan,
89 anos, um dos dedos-duros da época das caça aos comunistas em Hollywood
na década de 50, dividiu a platéia. Karl Malden e Warren Beatty pularam
para aplaudi-lo, Ed Harris e Nick Nolte cruzaram os braços e fecharam
a carranca.
• O canadense Norman Jewison, cujos filmes já paparam de 12 Oscar, recebeu
o Prêmio Irving Thalberg pelo seu trabalho como produtor e cineasta. Jewison
dirigiu Jesus Cristo Superstar e Feitiço da Lua, entre outros. Entrou
dançando ao som de uma canção do filme Um Violinista no Telhado. – Não
se importem com o orçamento, basta encontrar bons argumentos – ensinou
o mestre.
• Convidada para apresentar o Oscar de melhor filme estrangeiro, Sophia
Loren pensou em declinar do convite. Não ficaria bem, se seu compatriota
Roberto Benigni não fosse o premiado. Na Itália, antes de seguir para
Hollywood, ela teria segredado a amigos que fontes da academia lhe garantiram
que não havia motivo para preocupação.
(Agência RBS)
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