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Tarzan
da Disney diverte com clima de videogame e manobras radicais
Tem Disney novo nos
cinemas – e, desta vez, o filme faz o gênero “homenzinho”. Saem sereias
apaixonadas, índias valentes e chinesas intrépidas.
Entram garoto-macaco, manobras radicais e clima de videogame.
A garotada brasileira adorou e Tarzan deu uma surra em O Rei Leão,
lançado em julho de 94, registrando recorde de público em seu primeiro
final de semana de exibição no Brasil.
A história é aquela mesma, velha conhecida, publicada há quase 90 anos
por Edgar Rice Burroughs (um caubói de Chicago que já havia tentado a
vida – sem muita sorte – como minerador de ouro e soldado da 7ª Cavalaria
dos Estados Unidos).
O efeito deep canvas faz o espectador mergulhar na floresta
junto com Tarzan |
Para quem não lembra,
navio inglês naufraga em costa africana, nos tempos da Rainha Vitória.
Casal morre e o seu bebê é criado por uma família de gorilas. Adulto,
o menino-macaco se torna o Rei das Selvas, acaba redescoberto
pela civilização e engata romance com mocinha bonita (aquela do “Me, Tarzan.
You, Jane”).
Na versão Disney, a história não está longe da original (que já rendeu
47 filmes de longa-metragem e algumas centenas de páginas de quadrinhos).
O visual, porém, é totalmente novo.
Para criar o Tarzan da virada de milênio, o desenhista Glen Kane buscou
inspiração no filho Max, 15 anos, um guri que passa o dia inteiro se equilibrando
em cima de um skate. Em vez de tão-somente pular de um cipó para outro,
o homem-macaco da Disney faz malabarismos à moda de skatistas, surfistas
e outros esportistas radicais, tipo snowboarders. O
personagem tem cabelo meio rastafari e alguns de seus movimentos são emprestados
de animais da floresta. Para tanto, Kane e sua equipe viajaram
pelas selvas de Uganda e, armados apenas com pranchetas e lápis, chegaram
a menos de dois metros de gorilas selvagens.
Tem mais: Tarzan apresenta pela primeira vez o
efeito que os estúdios Disney chamam de deep canvas – ou tela profunda.
Trata-se de um recurso de computação gráfica que coloca o cenário em três
dimensões. O espectador vê a selva pelos olhos do protagonista e ainda
tem a sensação de profundidade de campo.
A trilha sonora
não fica muito atrás. A nova superprodução da Disney foi embalada pelo
pop star Phil Collins. O vocalista e baterista do lendário Genesis compôs
cinco temas inéditos para o filme e gravou quatro deles. Tem tudo para
concorrer ao próximo Oscar.
As vozes dos personagens são dubladas por gente como Glenn Close e Tony
Goldwyn (o vilão de Ghost – Do Outro Lado da Vida). Ele faz Tarzan, e
ela é Kala, a mãe do menino-macaco (a versão Disney dispensou a chimpanzé
Chita). Na versão dublada, a veterana Suely Franco empresta a voz para
a gorila. O galã Du Moscovis faz o personagem-título. As canções são interpretadas
por ninguém menos que Ed Motta.
Tarzans de outros tempos
O homem-macaco apareceu pela primeira vez em 1912. Criado pelo norte-americano
Edgar Rice Burroughs, o personagem fez sua estréia numa novela curta,
publicada em uma revista do gênero pulp fiction. A celebridade veio com
o cinema e foi confirmada em seriados de TV. Nos gibis, o herói também
fez bonito. Chegou a ser desenhado por mestres dos quadrinhos, como o
norte-americano Joe Kubert.
O nadador olímpico Johnny Weissmuller é o mais famoso Tarzan do cinema.
Foi ele quem cunhou o famoso grito de guerra do personagem. O ator-atleta
encarnou o homem-macaco em mais de 10 filmes a partir de 1932. Maureen
O’Sullivan (mãe da atriz Mia Farrow) foi a sua Jane.
O homem-macaco ganhou versão com apelo erótico em 1981, mas quem interessava
não era ele. Toda a atenção estava voltada para Jane, vivida pela mulher
nota 10 Bo Derek. O herói reapareceu em 1984 no filme “Greystoke”, que
tinha o francês Cristopher Lambert na pele do Rei das Selvas.
(Agência RBS/ZH)
Leia
a opinião de Ricardo Cota sobre o filme
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