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TARZAN Quem duvidar, confira
nas telas. O melhor do cinema americano, hoje, revive graças a um tipo
de produção que até meados da década de 80 parecia condenada ao esquecimento:
os desenhos animados. Primeiro foi o gênero musical, que morreu no início
dos anos 50 para nunca mais. Pelo menos até aparecer A Pequena Sereia,
em 1989. Ou seria O Corcunda de Notre Dame? Ou O Rei Leão? Apenas
para citar três clássicos da animação que tiveram o mérito de reconciliar
o público com o escapismo, a fantasia e a fluência só encontráveis nos
grandes filmes musicais. A maior prova do sucesso desse revival está no
fato de que o melhor de todos os novos desenhos, na opinião deste crítico,
inverteu um caminho até então normalmente percorrido pelas peças da Broadway. O Tarzan animado transforma-se
numa espécie de surfista das selvas, que desliza por galhos e cipós com
uma agilidade irresistível. Algumas sequências, como aquela em que protege
Jane do ataque de macacos selvagens, são um verdadeiro espetáculo de virtuosismo
técnico, lançando o espectador num fantástico universo de espirais hipnóticas
dignas de uma montanha-russa. Isso sim é diversão. Por outro lado, a dublagem brasileira mais uma vez merece todos os elogios. Menos pelos surtos vocais de Ed Motta do que pelas inflexões dos atores e até por algumas tiradas impagáveis da tradução, como no momento em que o elefantinho vira para o macaco e diz: “até quando você vai continuar pagando mico?”. Depois de dar nova vida aos musicais e agora aos filmes de aventura, resta saber qual será o próximo desafio dos desenhos animados. Sugestão: que tal enveredar pelo terreno da ficção científica? O gênero bem que anda precisando de uma lufada de inventividade. Tarzan (EUA, 1999). De Chris Buck, Kevin Lima Ricardo Cota, 33, é crítico de cinema do Jornal do Brasil há oito anos, com passagens pelas revistas Cinemin, Set, Tabu, Cinema e IstoÉ, além do jornal O Dia. Foi autor dos cursos Bergman/Woody Allen: Dois Cineastas Face a Face; Huston/Coppola: Os jogadores; e O Cinema Cantado, Breve História dos Musicais. |
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