|
AGORA COM MAIS CALMA Um Nicolas Cage bonzinho trabalha com crianças, no interior, mas tem que voltar à cidade grande para salvar seu irmão, enfrentando um criminoso muuuuuuuito malvado, além da polícia (que é boazinha, claro, mas incompetente). Cage quase morre, mas, além se salvar o irmão, ainda o transforma num cidadão exemplar, usando o elixir obtido no final da jornada. Claro que muitos bons filmes seguem exatamente essa ordem (aliás, às vezes são bons principalmente porque seguem essa ordem), mas há uma diferença oceânica entre seguir uma ordem, acrescentando alguma inovação e criatividade, e tentar fazer um bolo com uma receita que só tem personagens clichês, situações lugares-comuns e segue sua trajetória sempre em linha reta.
Mas não é só no roteiro que estão os clichês. Os atores também são caricatos demais, liderados pelo desastroso Nicolas Cage e seu cabelo neo-loiro. Angelina Jolie, coitada, não consegue nem ser interessante, muito menos sensual, perdida num papel absurdo. Robert Duvall..., chega, aí já é demais, o cara é um grande ator. Como pode estar num filme desses? Mas cinema é mesmo assim. A música de 60 segundos, fora alguns segundos de big-beat clássico, também é um primor de chatice. Fotografia, idem. Cenários, ibidem. Montagem, itridem. E aí vem o mais interessante: o filme está na quarta semana de exibição e continua enchendo as salas. Acho que temos que aprender alguma coisa com os rapazes de Hollywood. Eles emplacam boas bilheterias até com produtos de segunda categoria, como 60 segundos e Gladiador (se bem que este é um pouco melhor), numa conjugação de bom marketing e produtos que promovem desfiles de obviedades, mas bem feitos tecnicamente, bem lançados, bem promovidos. O cinema americano, como sempre, é o melhor e o pior do planeta, de acordo com o ângulo em que o observarmos. 60 Segundos (EUA, 2000). De Dominic Sena
|
||
Copyright© 1996 - 2003 Terra Networks, S.A. Todos os direitos reservados. All rights reserved.
|