O
fenômeno criado por Tolkien
Em 1936, quando o editor Stanley Unwin recomendou a publicação
do manuscrito The Hobbit (ou There And Back
Again), nunca supôs que este conto mítico
de fantasia se tornaria um sucesso literário tão
duradouro. Em menos de um ano, The Hobbit já havia
conseguido o prêmio New York Herald Tribune de
melhor obra de literatura infantil, e rapidamente se
transformaria em um clássico universal. O Senhor
dos Anéis, que Tolkien escreveu como uma continuação
de The Hobbit, chegaria a converter-se em um dos
livros mais lidos de todos os tempos.
No ano de 1997, uma
matéria realizada
pela prestigiada cadeia
de televisão britânica
BBC nomeou O Senhor
dos Anéis como
o "melhor livro
do século XX".
Outro fato marcante foi
a escolha do público
- que selecionou as 100
obras artísticas
que definiram o século
(desde filmes e pinturas,
até esculturas
e obras literárias),
- sendo que entre essas
cem obras se encontravam
novamente O Senhor
dos Anéis.
Mas qual é a magia
atrás desta epopéia
fantástica que
tanto fascina aos leitores?
Alguns críticos apostam que o grande êxito
de Tolkien resida em haver criado um mundo fantástico
tão detalhado e verídico que parece quase
real. Além disso, o mesmo Tolkien nos disse
em seu prólogo de A Sociedade do Anel que
sua principal motivação para escrever
se baseou no "desejo de relatar história
e pôr à prova seu talento, escrevendo
um conto realmente longo que pudesse manter o interesse
dos leitores, divertindo-os, deleitando-os e, em algumas
ocasiões, emocioná-los e comovê-los
profundamente".
Como lingüista apaixonado pelos sons, inventor
de idiomas e filólogo respeitado, Tolkien possuía
certas crenças bem arraigadas sobre a importância
dos mitos, da fantasia, e um profundo apreço
pela natureza. Em sua epopéia, a qual levou
mais de 10 anos para escrever, o autor constrói
um mundo mitológico exaustivamente detalhado,
a Terra Media, povoado por uma enciclopédia
de personagens reais e imaginários: humanos,
feiticeiros, anões, duendes, dragões,
gnomos, hobbits, apenas mencionando alguns.
Outros crêem que suas narrações
têm um fim mais didático e que apontam
para o redescobrimento do significado daqueles princípios
que nossa sociedade, atualmente desmoralizada, deixou
em segundo plano: o dizer, o dever, a lealdade, a honra,
a tradição, a amizade, o amor, a natureza
e a esperança.
Mediante uma descrição épica da
batalha entre as forças do Bem e do Mal, O
Senhor dos Anéis pode ser interpretado como
um conto sobre a tentação do poder. Além
disso, muitos comparam a luta contra Sauron e Mordor
como a guerra contra Hitler e o Nazismo na Europa,
ainda que o próprio Tolkien tenha negado tal
fato em mais de uma ocasião. Nesta história,
todos são submetidos à irresistível
tentação do anel, desde os mais poderosos
até os mais insignificantes, desde os mais sábios
até os mais ingênuos.
De certo modo, todas
estas interpretações
convivem e se entrelaçam
no texto de Tolkien.
Há mais de 65
anos que o professor
de Oxford, amante da
etimologia, publicou The
Hobbit; e 55 anos
desde o lançamento
de O Senhor dos Anéis,
sua obra permanece atual
como sempre. Com uma
impecável narração
e personagens completamente
verossímeis, as
aventuras e peripécias
da "sociedade" vivem
na mente de todos aqueles
leitores que tiveram
a sorte de explorar o
fantástico mundo
da Terra Média.
Redação
Terra
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