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 Sinopse - A Sociedade do Anel
A Sociedade do Anel inicia viagem fantástica pela Terra Média

Divulgação

Hobbits, elfos e orcs. Esses seres da Terra Média, universo criado pelo escritor J.R.R Tolkien e que povoa o imaginário de milhões de leitores há quase 50 anos, farão parte da vida dos humanos a partir de 1º de janeiro de 2002, quando a primeira parte da trilogia de O Senhor dos Anéis chegar a mais de 300 salas de cinema de todo o país.

A Sociedade do Anel, do diretor neozelandês Peter Jackson (dos clássicos "trash" de baixo orçamento Fome Animal e Náusea Total), faz parte de uma produção de quase US$ 290 milhões que dá, pela primeira vez na história, cara, cor e som a todo o mundo descrito nas mais de mil páginas do épico do escritor britânico.

Quem nunca leu as obras de Tolkien não precisa se desesperar, pois o filme de Jackson posiciona os espectadores sobre os papéis dos baixinhos hobbits com seus pés grandes e peludos, dos fortes e barbudos anões, dos elegantes e cintilantes elfos e dos malignos e grotescos orcs.

E até mesmo os mais fanáticos pela trilogia - que já vendeu mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo - deverão se encantar com as interpretações de Jackson às linhas de Tolkien.

"É um espetáculo de encher os olhos. É visualmente muito bonito, tanto para quem não conhece, quanto para quem leu a obra", disse Ronald Kyrmse, fã de Tolkien há 20 anos e consultor da editora Martins Fontes, que recentemente lançou várias edições do épico.

"Há trechos em que quem leu o livro vai ficar com os olhos cheios de lágrimas", acrescentou Kyrmse com a autoridade de quem ajudou a fazer as legendas do filme em português.

A Sociedade do Anel conta o início da batalha travada pelo bem contra o mal na tentativa de destruir o Um Anel criado pelo maligno Sauron, rei de Mordor. Com esse Anel - o mais poderoso dos anéis criados em uma era passada para evitar a decadência da Terra Média - Sauron quer dominar todos os povos do universo.

Após Sauron ser derrotado por um rei humano, o Um Anel fica perdido durante anos até ser encontrado pelo hobbit Bilbo Bolseiro, que em seu 111º aniversário o dá para o jovem Frodo, que assume a responsabilidade de destruí-lo e evitar a volta do Anel para as mãos de Sauron. Frodo se une a um grupo de elfos, anões e humanos - a ''sociedade'' -, que o auxilia em sua luta para chegar ao vale onde o Anel foi concebido e onde deverá ser destruído.

A partir daí começa uma aventura de quase três horas, com cenas de perseguição em cavalos, caminhadas por vales nevados e lutas sangrentas em meio a uma trilha sonora envolvente, que fará o público ficar com os olhos grudados na tela à espera de um desfecho da saga.

As cenas de batalhas são um dos pontos altos do filme, extremamente realistas e épicas. Uma delas é do humano Aragorn, que vinga a morte de seu companheiro Boromir, ao lutar contra o líder das temíveis crituras Uruk-Hai, a serviço de Sauron.

Mas a primeira parte da trilogia surpreende: o filme não tem final, a saga fica sem desfecho e o espectador certamente ficará ansioso pelos próximos episódios, cujas estréias estão marcadas para 2002 e 2003.


Muito além da fantasia
O fato de A Sociedade do Anel ser um filme sem fim não tira o gosto pela produção de Jackson, que mantém no roteiro as mensagens de Tolkien. A história de O Senhor dos Anéis não é somente uma ficção. Retrata a luta pelo poder, simbolizado por uma jóia tão pequena quanto um anel, que pode corromper o bem e denegrir a mais pura das criaturas, como os elfos.

Tolkien, além das minuciosas descrições de seus mundos, joga sobre sua obra uma grande carga de emoções que mexe com o leitor e que felizmente foi mantida na produção de Jackson.

"Os valores estão retratados lá. Aquela idéia de que mesmo uma pessoa muito pequena tendo coragem e determinação pode fazer coisas muito grandes, pode salvar o mundo, está no filme'', disse Kyrmse.

Os editores do site especializado Valinor (https://www.tolkien.com.br), Reinaldo José Lopes e Fabio Bettega, concordam com o especialista.

"O livro tem uma carga de emoção muito forte e o filme consegue manter isso'', disse Lopes, sem esconder a admiração pela maquiagem e figurinos da produção. "Os hobbits estão fantásticos!"

Mas para os fãs mais fervorosos, Tolkien provavelmente não iria gostar das poucas liberdades tomadas por Jackson na adaptação de sua obra.

Arwen (elfa vivida por Liv Tyler apaixonada pelo humano Aragorn) não tem muita expressão no livro, mas no filme é figura importante e quase crucial para a continuidade da saga. Para Kyrmse, no entanto, "as liberdades do diretor não comprometem o filme e nem fogem muito da obra."

"Só tenho uma preocupação, até onde o pessoal da promoção da Warner vai conseguir manter o interesse do público com um filme que não termina'', concluiu.

Reuters

 
 
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