Clássicos e graphic novels dos X-Men serão lançadas
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A edição de setembro de 1963 |
A primeira aparição dos X-Men nos quadrinhos foi em 1963. Faz muito tempo, e surgiram sem muita graça, apesar da legenda acima do título The X-Men: "Os mais estranhos de todos os super-heróis". Hoje, estão em quase dez subpublicações nos EUA, que chegam aqui pela editora Panini. Nos anos 60 eram seis os mutantes liderados pelo professor Xavier. Ciclope estava nessa versão, assim como Jean Grey, que se chamava então Marvel Girl. Os X-Men foram criados por Stan Lee (pai da Marvel) e Jack Kirb, responsável pela paternidade de vários personagens clássicos como Hulk, Thor, Homem de Ferro e Quarteto Fantástico.
Os X-Men não foram um sucesso de vendas logo de cara e no número 66 da revista começaram a ganhar reprises. Só no número 94 é que alcançaram uma estatura de ponta entre os super-heróis.
Um dos responsáveis por isso foi o roteirista e desenhista inglês John Byrne,
uma figura lendária na Marvel e nos quadrinhos, que deu, com seu belo traço, uma modernizada tanto no visual como nos temas das histórias. O "menino dos olhos" de Byrne era justamente Wolverine, que ganhou um "padrasto" bem coruja.
São 40 anos de vida do grupo de heróis que acabou se transformando com os anos no mais charmoso dos quadrinhos. O Quarteto Fantástico, por exemplo, foi criado dois anos antes, teve vários desenhos animados na TV, mas não nunca tiveram o apelo da trupe do professor Xavier. Os personagens dos X-Men eram tão complexos que realizar um filme para o cinema, por muito tempo, ficou sendo uma extravagância sem perspectiva de lucros. Sim, eles ganharam uma série animada na TV, até elogiada pelos fãs, mas o projeto nas telonas demorou, engatinhando. Enfim isso mudou.
No Brasil, até 2001, a editora Abril era a responsável pelo lançamento das revistas dos X-Men. Na época de estréia do primeiro filme dos X-Men no país, a tiragem mensal desses quadrinhos era de 150 mil exemplares. A Abril, em um desentendimento comercial, perdeu as publicações da Marvel, que atualmente são editados aqui pela Panini, dona dos direitos internacionais do carimbo criado por Stan Lee. As HQs, no entanto, continuaram. "São três revistas que publicam as séries e derivados do grupo: X-Men, X-Men Extra e Marvel Millennium: Homem-Aranha", conta o editor dos X-Men nos Brasil, Fernando Lopes, à reportagem do Terra. Dentro delas são publicadas nove séries envolvendo o próprio grupo de heróis e adjacências, fora as minisséries e especiais. "São, no mínimo, 220 páginas de quadrinhos por mês", acrescenta Lopes.
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Edição para colecionador da série Origem |
Para manter o interesse nessas décadas todas, a Marvel, que já passou por várias reformulações, tentou renovar os personagens. Mutantes novos surgiram e a biografia oficial de cada um, como Wolverine, foi ganhando mais fatos consolidados. Logan ganhou uma minissérie chamada Origem, em 2001, editada aqui e atualmente nas bancas em encarte para colecionador. É belíssimamente desenhada e certamente despertará interesse até mesmo em quem não é fã de HQ - na última década, o "quadrinho adulto" ganhou espaço nas bancas, desde que Frank Miller editou o sucesso Cavaleiro das Trevas, com Batman. A minissérie de Wolverine chegou a bater a continuação de Cavaleiro das Trevas nos EUA.
Mudança de roupa
Para quem acompanha os quadrinhos existem mudanças e sagas curiosas na vida dos X-Men. Um exemplo é a série A Era do Apocalipse, em que tudo fica invertido, bizarro. Para se ter uma idéia, Wolverine é casado com Tempestade e Xavier não mais existe como tutor do grupo. Uma mudança "bobinha" ao longo dos anos é a do estilo dos uniformes dos X-Men. No início eram roupas que combinavam entre si, amarelas e azuis - os personagens ficavam sem graça, iguais a qualquer grupo de heróis da época. Depois, já nos tempos de Byrne, cada um ganhou um visual mais arrojado. Hoje, já aparecem sem as roupas "grudadas" no corpo coloridas (pouco másculas), com roupas de couro (como no filme). Wolverine, por exemplo, já teve a roupa amarela e azul, uma laranja e marrom, máscara, e atualmente tem um visual mais pra "roqueiro sujo".
Quem gosta dos clássicos e está nostálgico por relançamentos não precisa se preocupar, pois a Panini vai distribuir em maio a graphic novel Deus Ama, o Homem Mata, um dos grandes clássicos do grupo, escrita por Chris Claremont e desenhada por Brent Anderson, além do especial Os Maiores Clássicos dos X-Men, de Jim Lee, reunindo várias histórias do desenhista campeão de vendas nos EUA atualmente. Não há planos para relançarem a série clássica de John Byrne.
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Uma das novas séries com os mutantes da Marvel |
Naturalmente foi feita uma versão para os quadrinhos de X-Men 2, com o visual dos atores que representam os personagens. Isso já é um procedimento comum das editoras, desde o primeiro Batman para o cinema. Mas o interessante é a edição X-Men 2: Prelúdio Oficial do Filme, com os fatos da vida de Noturno e Wolverine que antecederam ao filme. Todas essas publicações estarão nas bancas quase que ao mesmo tempo que o filme.
"Seguramente a minissérie Origem, que mostra a vida na infância de Wolverine, foi a edição mais popular dos X-Men em 2002", afirma Lopes sobre o lançamento atual nas bancas. Origem foi o maior sucesso de vendas, até agora, da editora.
Em uma votação realizada no site da Panini, os leitores elegeram o novo grupo X-Treme X-Men como o melhor. Em terceiro na lista ficou Ultimate X-Men, outro sub-gênero do batalhão do professor Xavier. Por aí se tem uma idéia do quão popular os X-Men são, mesmo nos quadrinhos.
Ricardo Ivanov / Redação Terra
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