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Polêmico Eminem é a "bola da vez" no Grammy 2001



Letras que falam de suicídio e ódio contra gays
Foto: Divulgação

Terça, 20 de fevereiro de 2001, 19h37

A grande questão é: Será que o Grammy vai premiar um rapper que vive falando em espancamento de sua esposa, fazer sexo com sia mãe e matar gays?

Ou os 12.000 votantes da Academia optaram por prestigiar um compositor veterano como Paul Simon ou uma banda de rock britânica em alta como o Radiohead?

Pela primeira vez em anos, o Grammy está trazendo controvérsia e heterogeneidade de estilos. O grande "caso" da premiação se trata de um rapper de 28 anos chamado Eminem, que recebeu quatro indicações e vai aparecer muito na imprensa, ganhando ou perdendo o Grammy.

Enquanto dentro do Staples Center, em Los Angeles, nesta quarta-feira, Eminem estará apresentando sua música Stan, em um dueto com um de seus maiores fãs, o cantor assumidamente gay Elton John, um grupo religioso e de mulheres irão protestar do lado de fora.

Alguns dos fãs do rapper irão se perguntar o que o ídolo faz no Grammy, já que uma de suas músicas diz abertamente que "não liga a mínima" para prêmios. O produtor e compositor Rodney Jerkins, que ganhou quatro indicações para o Grammy, disse que "não seria já um privilégio tocar no evento?"

Nenhum outro lançamento no ano passado no mercado americano foi tão bem sucedido comercialmente e recebeu ótimas críticas quanto o disco The Marshall Mathers LP, de Eminem. Mas sua imagem violenta provocou constrangimentos - na realidade intrigou e ofendeu muitas pessoas.

"Pessoalmente, Eu não acho legal falar de esquartejar pessoas e essas coisas", disse a ganhadora do Grammy Diane Warren, que apesar disso adorou o disco e considera Eminem "um cara talentoso".

"Bips" e concorrência

Stan é uma das canções mais suaves do álbum: uma fãs amarra sua namorada grávida, jogá-a no porta-malas de seu carro e salta de uma ponte com ele em um pacto suicida. Tudo isso porque ele não teve suas cartas psicóticas respondidas. Bonito, não?

A lenda da soul music Stevie Wonder disse a repórteres na segunda que é seu álbum favorito para a noite do Grammy. "Acho isso muito visual... muito real", afirmou. Os censores da rede de TV americana CBS vão trabalhar noite adentro para impedir que palavrões sejam televisionados para o mundo com os bons e velhos "bips".

Os outros álbuns candidatos a melhor do ano são o de Paul Simon, You're the One, o do Radiohead Kid A, o do duo de jazz Steely Dan Two Against Nature e o rock moderno de Beck com Midnite Vultures.

Combinadas as vendas dos demais concorrentes nos Estados Unidos, dá um terço das oito milhões de cópias vendidas por Eminem. Mas o Grammy jura que vai valorizar os méritos artísticos dos discos.

Simon já tem três Grammys de Melhor Álbum do Ano, e perdeu a corrida somente uma vez. Com 16 Grammys no currículo, é bem conhecido dos votantes da academia, que irão certamente deixar de lado o fato de o disco ter sido um fracasso comenrcial e de crítica.

O experimentalismo do Radiohead em Kid A foi o primeiro disco britânico a ser lançado no top ten dos EUA e emplacar o primeiro lugar em muitos anos. E os críticos adoraram.

O dono de gravadora Steve Greenberg disse que votou em Eminem, mas que não vai se surpreender se o Radiohead vencer. "Vai ser um tremendo incentivo para a carreira de uma banda que merece", explicou.

Midnite Vultures, de Beck, um lançamento de 1999, teria maior chance na categoria de álbum alternativo, que já ganhou duas vezes anteriormente. Se o Steely Dan ganhar, será o primeiro Grammy de sua carreira, mas irá deixá-los igualmente surpresos, coçando as cabeças.

 
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