Incêndio na última noite preocupa mas não atrapalha
Domingo, 01 de julho de 2001, 10h22
No noite final do Festival, O Garantido foi o primeiro a entrar na arena do Bumbódromo com o tema Amazônia Viva. O boi-bumbá vermelho e branco revelou o segredo da tribo Kaxinauá, gente-caranguejo. Na lenda, um cataclisma destrói o mundo e o repovoa com caranguejos. O único sobrevivente é um menino que vagueia solitário e, em desepero, pede que Tupã o leve. O deus indígena atende ao pedido, mas alguns caranguejos conseguem acompanhá-lo. O auge foi o show de efeitos especiais, com relâmpagos e trovões. Mas foi nesse momento grandioso do espetáculo, quase no encerramento, que um incêndio causado pelo descontrole dos fogos de artfício do grupo feriu gravemente duas mulheres, uma senhora e uma criança torcedoras do Garantido. Houve também 25 casos de ferimentos leves. Os torcedores reclamaram que os fogos estavam muito perto das pessoas. Enquanto os feridos eram levados ao Pronto-Socorro, o Garantido continuou a sua apresentação dando destaque à toada Nossa Senhora de Parintins. O acidente não atrasou a entrada do Caprichoso, que levou ao terceiro ato do espetáculo um pouco da cultura cabocla e mostrou alguns costumes do povo parintinense, formado a partir da mistura de índios e nordestinos. O Ritual da Fé mostrou a crença do ribeirinho que da semente conhecida por lágrima de Nossa Senhora fez o terço caboclo. Durante as três noites de apresentação, o Caprichoso contou a Odisséia Tupinambá. O boi-bumbá azul e branco mostrou a saga da nação indígena, que deixou a região Sudeste e percorreu a costa brasileira até chegar a região onde hoje situa-se Parintins.
Beatriz Batalha/Direto de Parintins
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