MAM recebe os cem
anos de Portinari
Para comemorar o centenário
do nascimento de Cândido Portinari, o Museu de Arte
Moderna de São Paulo (MAM) recebeu a exposição
"Portinari 100 anos: Alegorias do Brasil". Com
patrocínio do Grupo Telefônica, a mostra
conta com cerca de 30 obras do pintor brasileiro pertencentes
a colecionadores e museus de São Paulo, Rio de
Janeiro, Salvador e Buenos Aires. As telas foram selecionadas
pelo curador Tadeu Chiarelli, estudioso e autor de livros
que abordam a obra de Portinari.
A exposição enfocou preferencialmente
os trabalhos de Portinari realizados entre as décadas
de 30 e 40, época de maior criatividade e produtividade
do artista. Nesse período, o pintor brasileiro
recebeu o prêmio Exposição Geral
de Belas-Artes que o levou a passar uma temporada em
Paris. Por isso é possível perceber o
diálogo entre as obras de Portinari e outros
mestres europeus como De Chirico e Picasso.
Outro aspecto que se destaca na exposição
é a mudança volumétrica que Portinari
se impôs. Se durante sua temporada européia,
o artista brasileiro preferiu uma definição
tridimensional mais aparente, sua volta ao Brasil acarretou
num rompimento com a valorização do volume
e parte para uma rica fase de obras em dois planos.
Cândido Portinari foi um artista
que não se prendeu a poucas escolas de pintura.
Passeou livremente do Expressionismo, ao Cubismo destacando-se
também no Cezannismo. Mas suas obras mais conhecidas
pertencem ao momento ocasionado por sua volta ao Brasil
depois da temporada européia.
O retorno a sua pátria fez Portinari
interessar-se mais ainda pelos aspectos da cultura nacional.
Foi nessa época que o pintor voltou sua atenção
para a classe operária dentro de um Realismo
Social. Portinari morreu em 1962 aos 58 anos de idade,
intoxicado pelas tintas a óleo.
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