Onde não há distância
Caros leitores, acompanhem comigo o maravilhoso relato da Nina. Ela, sensível ao extremo, percebe fortemente a vivência de uma de suas encarnações num dos países mais energizados da Terra: a Índia. Nina pergunta se poderia mesmo ser verdade o que sua sensibilidade indica. Resposta afirmativa com toda a certeza. Querida Nina, para as jornadas espirituais não há qualquer impedimento espacial. A Índia ou Londrina (para você que é do Paraná) estão, no plano imaterial, à mesma distância — ou seja, nenhuma distância. É um privilegio gostar de algo tão mágico e envolvente como você expressa no seu relato. Siga com os estudos e, provavelmente, conquistas muito positivas advirão daí. Depois volte a escrever contando-nos acerca das aventuras impulsionadas pela Índia que você vai curtir. Beijos. Nasci numa cidade do interior do Paraná e quase nunca viajei para outros lugares. Depois de completar dezenove anos, comecei a sentir uma forte intuição que me dizia que eu tinha vivido a minha vida anterior na Índia. Era um sentimento que me pegava sem que eu tivesse pensado ou programado, uma espécie de saudades bem de leve de coisas que eu tinha vivido. A coisa se intensificou um dia quando encontrei na banca de jornal uma revista da National Geographic mostrando uma reportagem de capa sobre aquele fascinante país. Parecia que eu estava revisitando minha antiga casa, uma casa na qual eu tinha passado os anos de infância. As cores vibrantes me encantavam e me deixavam deslumbrada. Eu parecia conhecer os sons e os aromas das fotos. Loucura! Dali pra frente tenho me interessado e estudo sempre que posso a religião, os costumes, a cultura e a culinária deles. Li muita coisa em enciclopédias e em alguns poucos livros que encontrei. Conto essa experiência para as pessoas próximas e elas não acham possível que eu venha de lá, “é muito longe”, dizem. Meu último namorado até gostava da idéia, eu queria praticar ioga com ele e cozinhar alguns pratos cheios de especiarias que encontrei num site de comida indiana. A coisa ficou mais séria e ele disse que estava incomodado, que os amigos falavam que eu era maluca etc. Acabamos nos separamos e acho que ele perdeu uma boa oportunidade de conhecer coisas novas. Agora tenho dois problemas: quero saber se é possível que essa fascinação tenha base espiritual mesmo, isto é, se é possível que eu tenha vivido uma encarnação lá ou, como dizem, se é muito longe; e procuro gente que queira trocar informações e experiências sobre aquele país e cultura absolutamente bela.
Marina Gold/Especial para o Terra
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