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Compartilho com vocês o relato de Miriam, cuja filha algumas vezes sabe as coisas com antecedência. Em situações-limite, não é raro as pessoas "enxergarem além". Isso pode ser passageiro ou pode ser uma abertura para uma sensibilidade maior, a ser desenvolvida no transcorrer de vida. Leiam comigo:

É sobre minha filha Amanda que desejo contar. Num certo dia, estávamos em nossa chácara com uns amigos e meu marido. Meu filho mais velho, Anderson, apareceu para dormir conosco e geralmente ele nunca aparece lá para dormir, ainda mais se tratando de um domingo, pois ele iria trabalhar no outro dia.

Eu, meus filhos e os amigos já estávamos deitados, mas não dormíamos, brincando e conversando. Meu marido, sentado na cadeira na cozinha, estava bebendo, e até meio alcoolizado. De repente, ele caiu da cadeira e deu um grito. Achamos que estava brincando, mas ele não respondia aos nossos apelos, até que eu dei um muro no peito dele e então ele voltou, mas parou de respirar.

Nosso amigo fez massagem no peito enquanto meu filho fazia respiração boca a boca. Até que ele voltou, mas não se lembrava de nada! Anderson, eu e Amanda pegamos o carro e o levamos ao hospital.

No trajeto minha filha perguntou-me se eu estava vendo uma moto que estava nos seguindo, mas eu não estava vendo nada. Essa moto, segundo ela, nos seguiu até a pista.

Amanda começou a ficar muito nervosa, pedindo para que eu não deixasse o homem da moto pôr a mão no pai dela, que estava com a janela do passageiro aberta e com a cabeça meio que para fora; o motoqueiro estava todo de preto, mas o intrigante é que ela dizia que a moto estava batendo no pneu da frente do carro, para acontecer um acidente e o inesperado foi que a roda do carro começou a fazer um barulho, como se fosse sair do carro. Amanda gritava para não deixar que ele pegasse ou colocasse a mão no pai dela.

Foi esse sufoco até o hospital, mesmo assim ela dizia que o homem estava lá esperando, e que não era para deixar o pai dela sozinho, porque se não ele iria levá-lo. Ela estava muito assustada e eu também.

Enquanto meu filho acompanhava o pai até o médico, começamos a rezar com muita força, dizendo a Deus que eu aceitaria que Deus o levasse, mas que o demônio não! Sou católica, mas acredito nos espíritos. Meu filho não ficou satisfeito com o atendimento do hospital da nossa cidade e levamos meu marido para o hospital do nosso convênio.

No caminho, continuamos a rezar com toda a força que Deus nos dava, pois ela continuava a ver o homem querendo pegar o pai dela. O barulho do carro continuava e eu estava morrendo de medo de que acontecesse um acidente, pela velocidade do veículo. Até que, quando estávamos no meio do trajeto ao hospital, minha filha olhou em volta e disse: “mãe, tem duas motos do lado do carro”. Mas eu não estava entendendo nada.

Então ela falou: "O perigo acabou, porque tem uma moto no lado do meu irmão e outra do lado do meu pai e eles estão vestidos de branco! São anjos que Deus mandou!". Fiquei admirada porque o barulho também parou e senti uma paz no coração. Ela disse: "estamos em paz, não vai acontecer nada com meu pai".

Chegamos ao hospital e meu marido já estava com o diabete baixo e a pressão também. Voltamos para casa e nada de mau aconteceu. Minha filha Amanda veio em paz, dormindo no meu colo. Gostaria de saber se ela tem algum dom, pois ela disse que depois desse acontecido ela vê de vez em quando algumas coisas... Não sei explicar!

Marina Gold/Especial para o Terra