Quinta, 23 de janeiro de 2003
O medo das circunstâncias místicas
O relato que eu público hoje fala dos medos que tanto temos das circunstâncias místicas, quando elas não ficam bem esclarecidas.
Final feliz. Meu nome é Madalena. Resido em São Paulo, capital. História que eu vou contar aconteceu em 1967. Fui com algumas amigas à casa de uma senhora que "punha as cartas". Era uma mulher avançada de idade, de estatura muito pequena, envolvida num roupão e de chinelos. Eu, muito jovem, tremia de ansiedade e aflição. Ansiedade pela expectativa de ver o futuro desvendado e aflição pelo medo de alguém da família -ou meu namorado-descobrir sobre essa consulta. Afinal, chegou a minha vez.
A mulher consultou um velho baralho e passou a falar sobre mim. Disse que eu tinha um namorado, mas o caminho era difícil e ela via grandes obstáculos, a menos que... "A menos que?", perguntei... Ela me mostrou, com ar de cumplicidade dois pequenos bonecos de plástica cor - de- rosa, e me segredou: "Amarramos esses dois bonecos com fitas brancas e vermelhas, queimamos quatorze velas.."e depois de um grande elenco de atividades ela declarou: "E, só assim, você será feliz com ele."
O preço pedido por ela me assombrou. Eu era estudante, tinha 17 anos e não dispunha de tal. Ela respondeu: "Então, nada feito!" Fui-me embora infeliz e passei dias atormentada. Meu namorado percebeu, e começou a me perguntar o que estava acontecendo.
E eu só chorando, tornando nossa relação um inferno, até que um dia eu não resisti as perguntas dele, e disse que precisava de tanto em dinheiro. Ele estranhou muito e quis saber o porquê, para que eu queria tanto dinheiro? Chorando contei tudo a ele, eu chorava e ele ria, garantindo-me que nenhum ritual o faria gostar mais de mim, do que já gosta. Em 1970 nos casamos e estamos muito felizes até hoje, ano em que fazemos 33 anos de união. Tivemos dois filhos e hoje, uma linda netinha, mas que eu tive muito medo do que a mulher falou ninguém deve duvidar.
Marina Gold
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