Homens acreditam mais no mal
Devido a minha proximidade com a reflexão mística, posso dizer que o ser humano acredita muito mais no mal, do que no bem. Essa parece ser uma afirmação contraditória, mas, na verdade, é o que se mostra no comportamento das pessoas que, supersticiosas, desviam-se dos gatos pretos, evitam passar por baixo de escadas, batem três vezes na madeira - tudo isso para afastar o mal que julgam estar presente em seu caminho. Por que será que o mal ocupa um lugar de tamanho destaque junto às pessoas em geral? A preocupação de muitas delas, pelo menos durante a consulta esotérica, é saber se há algo de mal feito contra elas, que possa atrapalhar suas vidas, atrasar os sucessos, ou mesmo afastar um amor. Talvez o fato de querer se isentar de responsabilidades, a dificuldade de criticar as próprias ações, faça o mal ter um domínio definitivo na imaginação humana. É mais fácil culpar algo de fora, que traga impedimentos e fracassos, do que assumir as dificuldades pessoais e ser o dono exclusivo de seus insucessos e perdas. Nos meus muitos anos de consultora esotérica, inúmeros consulentes me perguntam: “alguém fez algo de mal para me atrapalhar?”, ou “tem algum feitiço contra mim?”. Não me lembro, porém, de alguém ter me perguntado se lhe teriam feito algo de bom. Quanto mais as pessoas se responsabilizam por seus atos, sem atribuírem os entraves a feitiços ou magias, mais força elas terão para melhorar a vida.
Marina Gold/Especial para o Terra
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