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Nem sempre a morte liberta

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Marina Gold
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De vez em quando, a mídia anuncia que existe alguém interessado em eutanásia, ou seja, a morte provocada. Trata-se, na maioria das vezes, de um paciente terminal, que espera a morte em sofrimento profundo e deseja se libertar. Em certas ocasiões, quando o doente está em coma e seu estado se estabiliza numa forma de vida vegetativa, a própria família faz o pedido de eutanásia, cuja resposta vai depender da legislação do país onde se passa o caso.

Na Austrália, um homem tetraplégico está pedindo para deixar de ser alimentado por via parental, para que a morte chegue mais rápido. Foi esse o caso que chamou minha atenção. A crença de que a morte poderá libertar aquele ser do sofrimento, leva o doente e sua família a acreditarem que o melhor é facilitar o fim, na intenção de diminuir o tempo de dor.

Mas, no universo tudo funciona numa ordem que não pode ser quebrada. Por causa disso, cada coisa tem seu momento certo de acontecer, que já está previamente determinado. Cada destino já está marcado e as circunstâncias mais importantes são os dois momentos cruciais: quando se nasce e quando se morre. Em face do que já está determinado, o moribundo ou sua família podem exercer o livre arbítrio, por exemplo, escolhendo terminar a vida antes que o destino se cumpra. Isso dá a falsa idéia de libertação que, na verdade, é uma noção equivocada.

Em função da ordem do universo, uma pessoa que encontra a morte sem ser a hora determinada, não tem para onde ir no seu próximo passo. Se ela estava marcada para morrer dentro de um tempo específico, ela é esperada, no próximo astral, nesse tempo. Se partir antes, não terá para onde se dirigir e, nesse caso, seu sofrimento espiritual se transforma em algo terrível, na medida que ele é obrigado a ficar vagando por vias desconhecidas e perigosas, empurrado para o umbral, onde encontrará os suicidas, os fumantes, os alcoólatras e drogados, que também acabam por morrer antes do tempo. Assim, aquilo que se supõe ser uma libertação, se transforma numa terrível prisão, que dura até quando chega o tempo certo e o espírito pode enfim recomeçar sua trajetória.

A eutanásia, se formos ver da forma correta, acaba por apresentar resultado inverso ao esperado. Em vez de proteger o indivíduo em sofrimento, ela acaba por trazer muita confusão e atraso na evolução do ser que, dessa vez, não cumpriu seu itinerário até o fim.

Marina Gold/Especial para o Terra

 
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