Como alertar alguém para uma desgraça?
Aqueles que assistem à novela Viver a Vida, na rede Globo, puderam ver o momento em que a filha da cartomante agride a mãe, afirmando que ela só faz previsões de desgraças e questiona: "Para que serve tua leitura de cartas, se você prevê um acidente e não pode fazer nada para evitá-lo?" Esse é o tipo de questão que deve ser alvo de preocupações para qualquer sensitivo responsável: "Como tratar o dado negativo? Como preparar o ser humano para viver uma desgraça, da proporção daquela que ocorreu com a personagem Luciana? Como preparar uma pessoa para a perda?" Na verdade, durante a consulta, a cartomante apenas prevê o acidente, mas não se detém para discutir o caso, o que era de se esperar, devido mesmo ao ritmo da novela. Numa outra cena, ela fala algo sobre preparar a pessoa, conscientizá-la. É bem isso: um sensitivo que perceba a dificuldade que o consulente irá enfrentar pode até alertá-lo, desde que não o assuste, ou o ponha mais nervoso e, com isso, menos capacitado a superar o golpe. Por sua vez, o dito popular, muito citado pela taróloga na novela: "as cartas não mentem jamais", pode ser comprovado ali na ficção, e corresponde mesmo à realidade. As cartas, a partir da energia do cliente, podem indicar uma futura situação de perda, para que pessoa possa ser conscientizada e se preparar para o choque. Porém, isso tudo é muito perigoso, porque não se pode interferir no carma de uma pessoa, a menos que haja uma ordem espiritual maior, que permita a intervenção humana. Nesse caso, a taróloga vê, o jogador de búzios vê, o astrólogo vê, a vidente também. O que um profissional de área esotérica não deve ler, nem nas cartas, nos búzios, no mapa astral, na borra de café, nas runas, ou mesmo na mente do consulente, é aquilo que não pode ser mudado no destino dele. Nesse caso, por mais sensível que seja o consultor esotérico, a informação não vem, pois não se pode ler aquilo que não pode ser reescrito.
Marina Gold/Especial para o Terra
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