Rio - O próximo adversário da seleção brasileira nas
Eliminatórias para a Copa de 2002, a Bolívia, a cada dia se afunda mais na
crise. Na última quinta-feira, o técnico da equipe, Carlos Aragonés, afirmou
que parece que há interesses criados para derrubá-lo. De acordo com o
treinador, não é verdade que tenha ocorrido uma discussão entre ele e os
meias Julio César Baldivieso e Luis Héctor Cristaldo, antes da derrota de 2
a 0 para o Equador, em Quito, na última quarta-feira.
"Se eu digo que um jornalista é homossexual, tenho que provar, caso
contrário estarei mentindo. Em Quito não se passou nada entre os jogadores e
eu. Cristaldo sentiu uma contratura muscular antes de entrar em campo,
enquanto Baldivieso sofreu uma lesão, o que lhe impediu de terminar a
partida", explicou Aragonés. "Quem falou isto só pode ser jornalista ou
empresário e tem interesses em me ver fora da seleção."
Sobre a partida contra o Equador, o treinador boliviano disse que faltou
confiança a seus jogadores para vencer, porque nada do que foi combiando
durante os treinos em La Paz foi colocado em prática.
"As coisas chegaram a melhorar no segundo tempo, mas o segundo gol
equatoriano acabou com nossas esperanças. Foi um erro do juiz, porque o
jogador do Equador ajeitou a bola com a mão", relcamou.
Apesar das críticas que vem sofrendo, Aragonés garantiu que vai dar
prosseguimento ao trabalho de renovação na seleção boliviana para os
próximos jogos nas Eliminatórias. "Temos que pensar no presente, mas também no futuro. O futebol boliviano
está em crise, como todo o país, mas o importante é dar a cara à tapa", disse.
A convocação para a partida contra o Brasil, dia 3 de setembro, no Maracanã,
será feita na próxima terça-feira. A apresentação dos jogadores será dois
dias depois, na cidade de Santa Cruz de la Sierra. As novidades podem ser a
volta do meia Marco "El Diablo" Etcheverry e do atacante Jaime Moreno, ambos
do DC United, dos Estados Unidos. Os dois ficaram de fora dos últimos três jogos, por não terem
tempo para se adaptar à cidades acima do nível do mar, como La Paz e Quito.