São Paulo - A decisão de não aceitar a primeira proposta da Internazionale de Milão por Vampeta, confirmada na quinta-feira pela Hicks Muse, não muda o futuro do volante corintiano. Mesmo escalado para enfrentar o Botafogo-RJ neste domingo, às 18h30, no Maracanã, Vampeta considera inevitável sua transferência para a Europa.
"Esse é um caminho natural para quase todo jogador que se destaca em seu clube e na Seleção Brasileira", diz o volante. "Já aconteceu com o Alex, com o Roque Júnior, com o próprio Júnior, e com certeza vai acontecer também comigo."
Ele também já viveu a experiência de jogar no futebol europeu (PSV, da Holanda), quando tinha apenas 20 anos. Financeiramente está satisfeito no Parque São Jorge e só aceitará sair do Corinthians se for para ganhar bem mais fora do Brasil. Vampeta sabe que o fisco italiano é rigoroso e só aceitaria uma transferência se o negócio fosse muito vantajoso.
"Vocês nunca ouviram eu dizer que gostaria de sair do País. Se sair, será uma coisa natural, como foi natural a minha vinda para o Corinthians. E por uma excelente proposta financeira."
À disposição - Por tudo isso, Vampeta não aceita o rótulo de "despedida" para o jogo de amanhã, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. "A imprensa inteira também disse que eu faria minha despedida contra o Palmeiras e ainda estou aqui, treinando e escalado pelo Vadão."
Animado com a indefinição da transferência de Vampeta, o técnico Oswaldo Alvarez disse: "Enquanto a Diretoria não me comunicar o negócio, vou continuar escalando o Vampeta normalmente." Com Vampeta na equipe e a volta de Ricardinho, o técnico poderá manter a mesma estrutura da equipe do meio de campo para trás.
Mas no ataque os problemas continuam se acumulando. Além de Éwerthon, que sofreu um estiramento na coxa esquerda contra o Palmeiras e terá de ficar fora do time por quatro semanas, Marcelinho Carioca voltou a sentir ontem uma forte fisgada na coxa direita e foi cortado da delegação.
"Conversando com o doutor Paulo de Faria, achamos por bem não arriscar no jogo. Como o doutor mesmo disse, o que mais preocupa é a contusão ser na perna direita, a que eu chuto", explicou o atacante.
Mais problemas - Para o técnico Vadão, a perda de Marcelinho Carioca se transformou num problema ainda maior, porque Gil e Luiz Mário também vêm de contusão e ainda não recuperaram a condição de jogo. "Como se trata de dois jogadores de velocidade, se eles cansarem vai ficar difícil", resumiu Vadão. "Vou ter de pensar direito para não correr o risco de queimar uma ou duas substituições contra o Botafogo."
A hipótese de um revezamento entre os dois jogadores não foi totalmente descartada, mas antes disso Vadão quer avaliar mais um pouco a hipótese de jogar com uma dupla de artilheiros, Luizão e Fernando Baiano. Embora não considere a dupla ideal pelas características semelhantes dos dois atacantes, nenhum deles é jogador de velocidade, o treinador corintiano pode abrir uma exceção amanhã. "Tenho três jogadores para escolher um, mas a decisão envolve outras conseqüências."
Acreditando que o Botafogo vai exercer uma pressão muito forte no primeiro tempo, na prática Vadão não quer queimar a velocidade de Gil ou de Luiz Mário já nos primeiros 45 minutos. "De repente, posso até entrar com os dois no segundo tempo, como fizemos contra o Palmeiras."
Sócio - O atacante Marcelinho Carioca assinou ontem o contrato que lhe garante 50% do Corinthians B, de Taubaté. Os outros 50% pertencem ao ex-vice-presidente de Marketing do próprio Corinthians, Edgard Soares.
O Corinthians B, que já disputa a Série B1-2, trabalhará com jogadores de até 23 anos e dará ao Corinthians principal a prioridade na contratação de qualquer revelação de seu elenco.