São Paulo - O atacante Pena, o mais vaiado após a
derrota por 4 a 1 para o Internacional, em São Paulo, não apareceu no treino
da manhã desta segunda-feira. Pena não comunicou nenhum membro da comissão
técnica e nem da diretoria do Palmeiras de sua viagem para Bahia.
O atacante que viajou logo após a partida, foi para o casamento de seu pai,
teria que ter se reapresentado na manhã desta segunda-feira para o
treinamento. No Palmeiras o técnico Marco Aurélio não gostou nada da atitude
de Pena e já cortou o atacante da partida da próxima terça-feira, diante do
Universidad Católica pela Copa Mercosul. “ Ele terá que ter uma boa explicação para essa ausência”, disse Marco
Aurélio
Para o lugar de Pena, o treinador deverá optar pelo atacante Adriano, o
único jogador de ataque que marcou um gol na Copa João Havelange.
Os problemas se acentuaram logo depois do vexame no Parque Antártica. Pena criticou os torcedores que cobravam dignidade dos atletas. "Eles disseram que nós somos um timinho. Qual é o supertime do Brasil que está na Libertadores? Nós, o timinho, estamos na Libertadores. Os torcedores têm de entender que os jogadores não têm culpa de nada", disse o palmeirense indigando.
O desabafo do atacante irritou ainda mais algumas facções da torcida. Os mais exaltados foram domingo ao centro de treinamento (CT) tirar satisfações. Por cautela e com medo de represálias, o treino da tarde foi cancelado. Alguns jogadores não foram avisados e encontraram os portões do fechados. Asprilla foi um deles.
"É muito triste ver o que está acontecendo. Depois do jogo, fui para minha casa e não me avisaram que não haveria treino porque a torcida queria pegar o Pena. É uma lástima. Essas coisas não podem acontecer com o Palmeiras", comentou Asprilla.
Marco Aurélio, assustado com o caos que se instalou no time, pediu um pouco mais de paciência. Fez ainda uma projeção sombria. "Temos de repensar tudo", comentou, depois dos 4 a 1 de sábado. "A diretoria está atenta, podem ter certeza que os dirigentes estão trabalhando para fazer um Palmeiras mais forte".
Não se sabe se o técnico tem razão quando acredita nos "esforços" dos dirigentes. Mustafá Contursi, presidente do clube, não se manifesta sobre a fragilidade do time nem se contratará reforços. Disse apenas que Galeano e Euller, há mais de um mês sem contratos, têm chance de renovar.
Contursi pode rever sua posição com base em uma mudança no regulamento da Copa João Havelange. Por ordem do Clube dos 13, o mercado foi reaberto.
Jogadores que disputaram até seis partidas por um mesmo clube podem trocar de time. A alteração permite ao Palmeiras, por exemplo, investir em atletas de nome para reforçar o grupo de anônimos à disposição de Marco Aurélio. Não será uma tarefa fácil se Contursi sustentar sua posição de não pagar mais de R$ 30 mil/mês aos jogadores. Mantendo essa política, o clube investirá apenas em atletas desconhecidos.
Com ou sem reforços, o treinador tem de armar seu time que nesta terça-feira estréia na Copa Mercosul contra o Universidad Católica, às 21h40, no Parque Antártica.
No domingo, enfrentará o Santos na Vila Belmiro. Asprilla, expulso contra o Internacional, está fora. O jogo da Vila será fundamental para o futuro do Palmeiras na Copa JH. Em sete partidas, o time venceu uma, perdeu três e conseguiu três empates. Tem a pior defesa - dez gols sofridos - e um ataque com apenas quatro gols. É também o time mais violento do torneio.