São Paulo - Além do processo por sonegação, Luxemburgo perdeu, em primeira instância, uma ação trabalhista movida pela ex-secretária Renata Carla Moura Alves, que reivindica o pagamento de R$ 1,5 milhão. O treinador, que não compareceu ao primeiro julgamento, recorreu da decisão, que será analisada pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Se for confirmada a sonegação fiscal de Luxemburgo, ele pode pode ter de pagar multa à Receita Federal. Condenado, tem remotíssimas chances de ser preso.
"Uma eventual prisão só aconteceria se ficar confirmado que houve dolo, intenção de Luxemburgo de burlar a Receita Federal. Veja bem, estou analisando a questão em tese, porque não tenho maiores dados. Mas posso dizer que alguém que usa uma pessoa para adquirir bens só para fugir do Imposto de Renda tem que ser punida.
É um processo delicado e que precisa ser analisado com muito cuidado. Ainda mais envolvendo uma pessoa pública como o treinador da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo", ressalta o advogado Márcio Camarozano.
A situação é complicada. Desde 1997 o processo tramita na Justiça. A primeira audiência só foi realizada em novembro do ano passado. Não há previsão de quando ele chegará ao final.
No Rio de Janeiro domina a versão que Renata estaria usando o nome do treinador da seleção como vingança. Ela teria mesmo trabalhado para Luxemburgo, mas foi demitida por ele. Como Luxemburgo crescia em importância no cenário esportivo já em 1997, ela teria convencido os funcionários da Receita Federal da participação de Luxemburgo para incriminá-lo.
"Tudo precisará estar muito bem comprovado. A participação do treinador nas compras precisa ser cristalina. Não é um processo fácil. Merece todas as análises. Um pai pode comprar um carro e registrá-lo em nome de sua filha apenas para deixá-la como responsável legal pelo veículo. Não para burlar o fisco. Não é um processo simples", repete o advogado Camarozano.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ofereceu o Departamento Jurídico da entidade para auxiliar Luxemburgo.