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Com pouco lucro, Hicks pisa no breque
Quinta-Feira, 24 Agosto de 2000, 02h29

São Paulo - O rombo de aproximadamente R$ 1 milhão/mês no ano de 99, e a escassez na oferta de bons jogadores no mercado devem levar a Hicks Muse a uma redistribuição de verba mais criteriosa no quesito contratações. Quando o vice-presidente da Panamerican Sports Team, José Roberto Guimarães, diz que todo o dinheiro proveniente da venda de Edílson ao Flamengo e de Vampeta à Internazionale de Milão será reinvestido no Departamento de Futebol Profissional, isso não significa, necessariamente, que os US$ 22 milhões serão destinados a contratações.

Até agora, a Hicks Muse não divulgou oficialmente o balanço de sua parceria com o Corinthians, mas já se sabe nos bastidores que a empresa norte-americana investiu muito e praticamente não faturou, em comparação com o volume dos investimentos. Por isso, só uma parte do dinheiro correspondente à venda de Edílson e Vampeta será destinado às contratações.

A outra, que ainda será estipulada pela Hicks, servirá para cobrir o rombo de aproximadamente R$ 12 milhões só no primeiro ano da parceria (1999). "Isso, levando-se em consideração que o time foi campeão paulista, brasileiro e ainda conquistou o título mundial no começo de 2000, cuja relação despesa/receita foi contabilizada em 99", diz uma fonte do próprio clube, com trânsito a algumas informações do financeiro da parceria.

Exorbitância - Apesar das dificuldades na balança comercial, o Corinthians procura desesperadamente por reforços. No entanto, só investirá em jogadores cujo preço não seja considerado uma exorbitância. A prioridade da Diretoria é um volante para o lugar de Vampeta.

O técnico Vadão também queria um lateral, um substituto à altura para Edílson e um goleiro do mesmo nível de Dida. Mas as boas atuações de Maurício e as dificuldades de mercado acabaram com boa parte de suas esperanças. "As nossas necessidades a Diretoria conhece, mas eu não posso obrigar o clube ou a empresa a contratar na marra. Só acho o seguinte: se não vierem mesmo os reforços, nós teremos de assumir a responsabilidade em conjunto. Eu e a Diretoria."

Dos volantes indicados por Vadão, sobraram apenas Galeano e Rogério, em litígio com o Palmeiras, e Pereira, do Colo-Colo. Mas o diretor de Futebol Carlos Nujud não anda muito otimista em relação a esses jogadores. "Em certas situações, como a do Rogério, é difícil até uma aproximação para conversar", esclarece Nujud, que acrescenta: "Isso sem considerarmos o preço."

Se as dificuldades persistirem, Vadão corre o risco de ficar sem as reposições necessárias. A não ser um ou outro reforço não muito caro, o Corinthians teria de disputar a Copa João Havelange com a base atual, recheada pelas revelações. Mas isso não significa o fim dos investimentos da Hicks. Depois de coberto o rombo de 99, a empresa planeja montar um outro time muito forte em 2001, ano em que todas as atenções estarão concentradas no bicampeonato mundial de clubes.

Jornal Tarde


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