Spa-Francorchamps - Ao mesmo tempo em que McLaren e Ferrari iniciam sexta-feira, na Bélgica, a disputa de uma prova decisiva para o campeonato, os pilotos não escondem sua preocupação com a segurança do circuito de Spa-Francorchamps, apesar de admirá-lo.
"Esta pista é de longe a minha favorita, mas há dois pontos onde em caso de acidente as consequências podem ser muito sérias", disse Michael Schumacher. Não parecer ser apenas estratégia para esconder alguma fraqueza.
Schumacher e Barrichello demonstraram grande confiança em recuperar já em Spa a liderança do Mundial de Pilotos e de Construtores.
Com a vitória de Mika Hakkinen na Hungria, dia 13, o finlandês e a McLaren assumiram a primeira colocação nas duas competições. "Fizemos testes promissores em Mugello", disse o alemão. "Temos duas novas versões de motor, uma para a classificação outra para a corrida."
"São grandes as semelhanças do traçado de Spa com o de Mugello, onde nos preparamos", lembrou Rubinho. A pista da Ferrari também apresenta algumas seções com curvas de elevada velocidade. "Simulei mais de uma vez uma corrida, com o asfalto atingindo 58°C, e o novo motor aguentou bem", comentou o brasileiro.
Um novo pacote aerodinâmico, que inclui diferentes aerofólios, fundo plano e detalhes das laterais, vai ser usado a partir de sexta-feira, no primeiro treino livre do GP da Bélgica.
Apesar de Schumacher negar para a imprensa, é provável que no seu íntimo ele acredite que a corrida de Spa é decisiva para as suas pretensões no Mundial. A McLaren dispõe de um carro mais veloz. Adrian Newey, o projetista do time inglês, desenvolveu mais o modelo MP4/14 que Rory Byrne o F1-2000 da Ferrari.
Uma nova vitória de Hakkinen em Spa e dificilmente Schumacher poderia descontar, nas quatro etapas que restarão, a diferença de pontos a favor do finlandês. A "nova" Ferrari tem de dar certo já, caso contrário ficará mais um ano na fila. Desde 1979, com Jody Scheckter, que os italianos não conquistam o título de pilotos na Fórmula 1.
Com uma pequena lambreta, Schumacher percorreu nesta sexta-feira, lentamente, os 6.968 metros do circuito de Spa-Francorchamps, o favorito da maioria dos pilotos. Em duas curvas parou, Eau Rouge e Blanchmont, desceu no veículo, e inspecionou em detalhes a segurança do local. São pontos onde os carros atingem velocidades próximas dos 300 km/h. "Se o piloto perder o controle será muito perigoso", previu.
Hakkinen foi mais radical: "Eles têm de mudar a Eau Rouge já, ano passado vimos como esse trecho representa risco elevado."
Nos treinos classificatórios de 1999, Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta, da BAR, sofreram graves acidentes na Eau Rouge. Curiosamente, a segurança desses locais é a mesma desde 1995 e só agora os pilotos estão reclamando.