São Paulo - Nem a contratação do volante Djair, do Botafogo, cuja contratação pode ser anunciada nesta quinta-feira, deve aliviar as pressões sobre a diretoria do Corinthians e a Hicks Muse.
A derrota para o Santos, que comprometeu definitivamente a situação do time na Copa João Havelange, também deve complicar de vez a relação da Diretoria fora de campo. Insatisfeita com o "desmanche" do time bicampeão brasileiro e campeão mundial de clubes, a Gaviões da Fiel já programou um protesto pacífico para sexta-feira, em frente ao portão principal do Parque São Jorge.
Além de um churrasco regado a muita cerveja e do bolo para comemorar o 90º aniversário do clube, a torcida já encomendou o enterro simbólico do diretor de futebol Carlos Nujud e do presidente Alberto Dualib.
Pacificamente, a Gaviões, em conjunto com a Camisa 12, outra organizada do clube, também vai exigir da Diretoria a apresentação do contrato de parceria com a Hicks.
As torcidas organizadas querem saber por que a Hicks Muse vendeu as principais estrelas da equipe e não trouxe reforços do mesmo nível. A resposta da empresa norte-americana deve acontecer nesta quinta-feira mesmo, numa entrevista coletiva, anunciada nesta quarta-feira pelo próprio Corinthians.
No meio do ano, porém, torcedores corintianos protestaram na Fazendinha e por pouco não agrediram Edílson e Marcelinho. O primeiro, porém, se sentiu ameaçado e deixou o clube e foi parar no Flamengo.
Mais interessados em reencontrar o caminho das vitórias, os jogadores nem ousaram explicar a derrota para o Santos. A melhor definição do estado de espírito dos jogadores, porém, partiu do meia Ricardinho. "Chega uma hora que não dá mais para ficar argumentando. Temos de continuar trabalhando para reconduzir a equipe às vitórias", disse o capitão corintiano, que ainda acrescentou: "Nesse momento, não adianta culpar este ou aquele jogador. Erramos, é verdade, mas perdemos coletivamente. Essa é a verdade".