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Quilos de diferança mantêm união na equipe de judô
Sexta-Feira, 01 Setembro de 2000, 11h15

Rio - Daniel Hernandes, 148 Kg. Mariana Martins, 50 Kg. Essa é apenas uma das grandes diferenças que existem dentro da equipe de judô do Brasil que está na Austrália para disputar os Jogos Olímpios de Sydney. Mesmo assim, a união é uma das principais características do grupo de 24 atletas (14 homens e 10 mulheres), que podem ser constantemente vistos andando juntos pelas ruas de Canberra.

Os quase 100 kg de diferença entre Daniel Hernandes e Mariana Martins não impedem que eles sejam amigos. O pesado adora brincar com a "baixinha" (1,57m), e com todo o grupo. A tarefa de pegar Mariana no colo parece ser muito fácil para o grandalhão (1,90m), que esnoba. "Não deu nem para brincar, não fiz nem uma forcinha", ironiza.

Mariana afirma que as bricadeiras com seu tamanho e peso são uma constante, mas ela já está acostumada e leva tudo na esportiva. Com apenas 17 anos, a gaúcha de Porto Alegre é a caçula do time. Mesmo com o pouco peso, ela está dois quilos acima do mínimo permitido pela sua categoria (até 48 kg) e terá que controlar a alimentação até o dia 16 de setembro, data da estréia.

"Consigo perder esse peso sem problemas, já estou acostumada", garantiu. As oscilações de peso fazem da mudança de categoria uma possibilidade, embora ela queira evitar isso durante o maior tempo possível. "Vou tentar me manter na leve até quando for possível. Já que crescer eu não cresço mais, devo subir de categoria por ganhar músculos", disse.

Com apenas 21 anos, Daniel Hernandes já é um dos veteranos da seleção brasileira. Tem cadeira cativa na equipe desde os 18 anos, e conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Winnipegp-99. O peso pesado finalmente encontrou no judô um esporte onde não precisa se preocupar com seu peso. "O peso não é o problema para os judocas da categoria pesado. A gente tem que ser forte e ágil e minha maior virtude é a agilidade", afirma.

Daniel é um dos mais bricalhões do grupo, e adora pegar no pé dos companheiros, principalmente dos mais novos. "A gente não pode isolar os mais novos, e as brincadeiras ajudam a colocar todo mundo no grupo", justifica.

Assim como toda a equipe, os dois judocas estão encarando com muita tranqüilidade a proximidade das Olimpíadas. "Ainda não caiu a ficha de que estou nas Olimpíadas. Quando os treinamentos diminuírem a gente vai ter mais tempo para se concentrar e pensar nos Jogos. Estou muito bem preparado", garantiu Hernandes.

"Tento encarar as Olimpíadas como uma competição como todas as outras e não me sinto nem um pouco nervosa até agora. É deixar chegar o dia da competição para fazer o que sei", completou a caçula da turma.

L! Sportpress


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