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Experiência dos veteranos pode ajudar os calouros
Quarta-Feira, 30 Agosto de 2000, 14h34

Rio - Gustavo Borges e Henrique Guimarães tem mais do que a medalha olímpica e a idade em comum. Com 27 anos, os dois possuem um forte espírito de liderança e são os mais experientes das equipes de natação e judô, respectivamente, nas Olimpíadas de Sydney. Eles são exemplos a serem seguidos por seus companheiros de equipe na busca pela tão sonhada medalha.

Gustavo, prata nos 100m livre em Barcelona, prata nos 200m e bronze nos 100m livre em Atlanta-96, vem de uma família de classe média de Ribeirão Preto e começou a nadar aos 9 anos. No início, ficava chateado porque perdia até para as meninas de sua idade. Hoje, ao lado do iatista Torben Grael, é o maior medalhista da história olímpica brasileira. Mas ele não está satisfeito: "Eu tenho ambição. É claro que quero mais uma medalha. Eu sei que estou bem, treinando muito forte. Mas só posso controlar o que eu vou fazer. Não dá para saber do que os outros nadadores são capazes".

Borges afirma que o nível da natação mundial, principalmente nas provas de velocidade, cresceu muito. Mas nem por isso o nadador deixa de confiar nas suas possibilidades: "Acho o nível do nosso revezamento muito bom, temos chances de medalha. E acredito que também dá para lutar pelo pódio nos 100m livre".

O judoca Henrique Guimarães, bronze em Atlanta-96, por outro lado, veio de uma família humilde de São Paulo, passando por dificuldades para seguir treinando. Em 1990, quando servia o Exército, o paulista não tinha dinheiro para pegar condução para o local de treinos. A situação só melhorou em 1992, quando Henrique foi vice-campeão mundial júnior, na Argentina. No entanto, o judoca acredita que as dificuldades ajudaram na sua formação como atleta.

Após a medalha de bronze, Henrique conseguiu alcançar uma tranqüilidade financeira. Por isso ele acredita estar em condições de conquistar mais uma medalha.

Ele não está preocupado nem com o sorteio da chave que irá definir seus primeiros adversários em Sydney: "Quando você almeja o ouro, não pode ficar pensando em quem vai lutar primeiro. Eles é que devem se preocupar comigo".

Durante os treinos em Canberra, Henrique está se enquadrando na figura de consultor dos companheiros, função que não o incomoda: "Eu espero o atleta me procurar e então tento passar calma e tranqüilidade para eles. Apesar de ser uma equipe muito jovem, esses garotos já participaram de várias competições no exterior".

L! Sportpress


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