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Brasileiro beijoqueiro faz sucesso no futebol australiano
Sexta-Feira, 01 Setembro de 2000, 18h00

Brisbane (Austrália) - Um simples gesto, um beijo, e o potiguar Ewerton Cortez, de 25 anos, teve a Austrália aos seus pés. O jovem estudante de inglês, nascido em Natal, deve consolidar nos próximos dias sua permanência em Brisbane por mais uma temporada. Seu prazo de imigração já estava expirando, mas aí surgiu uma bola de futebol e, com ela, novas aventuras e perspectivas. Tudo mudou na vida de Ewerton, o único brasileiro que disputou este ano a Liga de Futebol da Austrália, pela Segunda Divisão.

Formado em Informática pela Universidade Potiguar (UNP), Ewerton chegou ao país em abril, matriculou-se no South Bank Institute of Tafe, um dos cursos mais procurados por estrangeiros no Estado de Queensland, e sabia, desde então, que teria de voltar ao Rio Grande do Norte até dezembro. Dias depois de convencer a direção da escola sobre seu talento como atacante, recebeu um convite para treinar no Mitchelton, o mais tradicional clube amador de Brisbane.

O resultado não poderia ter sido melhor. O presidente do clube, tal o entusiasmo pela atuação do brasileiro, deixou a tribuna do estádio para cumprimentá-lo. "Ele me disse que não poderia pagar nada, mas que me buscaria e me levaria pessoalmente em casa."

Primeiro, Ewerton atuou como aspirante no Mitchelton: fez seis gols em seis jogos, média digna dos grandes artilheiros. Em seguida, firmou-se como titular do time principal. Logo na estréia, marcou um gol de cabeça e seu time derrotou o inexpressivo Gap por 4 a 0. O lance, em si, foi normal, o que aconteceu depois, não.

Ewerton correu em direção a bem comportada platéia australiana e beijou o escudo do Mitchelton. Não esperava que a reação a um gesto comum e repetitivo no Brasil tivesse alcance tão grande no outro lado do mundo. Os torcedores levantaram-se e trocaram os aplausos por gritos de aclamação. Não satisfeitos, alguns desceram a arquibancada para abraçá-lo.

"Eles me disseram depois que jamais podiam imaginar que um brasileiro viesse um dia a beijar a camisa do seu clube de coração", contou.

No mesmo dia, ainda no vestiário, Ewerton surpreendeu-se com a brincadeira dos colegas de equipe: todos olhavam para ele, enquanto trocavam de roupa, e imitavam seu gesto triunfal. O Mitchelton, último colocado no campeonato de 1999, encerrou a disputa este ano em segundo lugar. Na festa de comemoração, o craque de Natal foi chamado ao microfone pelos dirigentes do clube para receber uma camisa com autógrafos de todos os demais jogadores do Mitchelton.

Diante de mais de 300 pessoas, agradecia o presente, quando foi interrompido pelo grito ensurdecedor de "kiss! kiss! kiss!" (beija! beija! beija!). Não teve alternativa. O sucesso rendeu-lhe agora um convite para jogar pela seleção de futsal de Queensland, em janeiro. O governo da Austrália vai prorrogar seu visto.

Agência Estado


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