São Paulo - Em mais um capítulo da debandada pela qual passa o Palmeiras, o atacante Asprilla, cujo passe é da Parmalat, não apareceu no treino desta sexta-feira. Segundo informações de seus companheiros, o jogador acertou com um clube árabe e, da Argentina, onde atuou na partida contra o Independiente, viajou direto para a Colômbia, de onde iria para a Arábia Saudita.
"Foi surpreendente, ele nos comunicou no jantar, depois do jogo", contou o goleiro Sérgio.
Além de Asprilla, o atacante Pena, que havia abandonado o grupo na semana passada, foi negociado também nesta sexta-feira com o empresário espanhol José Minghéa, que o repassou ao Porto. A negociação totalizou US$ 5 milhões, dos quais US$ 1,25 milhão irá para o Palmeiras, que mantinha 25% do passe do atleta.
Sérgio ressaltou que as últimas baixas são prejudiciais ao grupo. "É lamentável, cada vez a equipe se torna mais frágil", desabafou. "Mas é preciso compreender que o Palmeiras está em um processo de reestruturação", completou.
O goleiro destacou, porém, que as mudanças não aumentam a pressão em torno do grupo. "As cobranças vão em cima dos dirigentes, temos de continuar atuando com a mesma vontade."
Sobre a partida deste sábado, ele considera que é diferente atuar em um clássico com um grupo ainda em formação. Segundo ele quando a equipe contava com jogadores famosos, já entrava em campo pensando exclusivamente na vitória. "Agora, nosso primeiro objetivo é nos igualarmos tecnicamente aos adversários."
Para o coordenador-técnico Márcio Araújo, no entanto, a única informação confirmada era negociação de Pena. No caso de Asprilla, ele garantiu que a diretoria não recebeu nenhuma proposta oficial pelo o jogador. Ele considerou que o colombiano, na verdade, estava faltando ao trabalho.
"Para mim ele apenas não se apresentou."
Márcio Araújo rebateu as afirmações de que as atitudes de Pena e Asprilla retratam o abandono e desorganização da diretoria com relação ao futebol. "Em qualquer empresa isto pode acontecer."