Sydney – A menos de duas semanas da última Olimpíada do milênio, a maior agitação no gigantesco complexo do Parque Olímpico foram ventos que castigaram por todo o sábado Homebush, um subúrbio da zona oeste. Os técnicos dizem ter previsto o fenômeno e garantem que isso não vai atrapalhar o desempenho dos atletas. Alheios à essa polêmica e entusiasmados com o evento, os australianos passam o dia procurando ingressos.
Ainda restam dois milhões de entradas, mas o otimismo dos organizadores é tanto que só é permitida a venda de seis por pessoa – ainda existem algumas para atletismo, basquete e vôlei. A final do futebol tem 3 mil entradas disponíveis, que vão de A$ 140 (dólares australianos, ou US$ 80,7) a A$ 355 (US$ 204,66).
Os preços, em geral, vão de A$ 10 (US$ 5,77) – para assistir a um treino de ginástica ou a um jogo de beisebol – até A$ 1.382,00 (US$ 796,73) por um lugar na cerimônia de encerramento. Os valores da venda dos ingressos estão acima do poder aquisitivo dos moradores de Sydney, que reclamam também da inflação provocada pela Good Service Tax. Esta taxa foi criada em julho pelo governo para tapar buracos no orçamento e elevou em 10% o preço de todos os produtos e serviços. As obras teriam custado mais de A$ 7 bilhões (US$ 4.035 bilhões) diante dos estimados A$ 3 bilhões (US$ 1.729 bilhão).
Quero ficar – Sydney é o mundo numa só cidade. Não é preciso nenhum esforço para encontrar um imigrante decidido a não mais deixar a Austrália. Nas ruas, muçulmanas com as cabeças cobertas por lenços se misturam com chinesas de cabelos descoloridos.
As principais colônias estão centralizadas em bairros, como os chineses em Chinatown, os japoneses em Liverpool, os italianos em Balmain e Leichardt. “As pessoas aqui são muito receptivas”, diz o estudante Navneet Sami, que veio das Ilhas Fiji há três anos. O empresário indiano Gopal Velukona trouxe toda a família, cerca de 25 pessoas. “As ruas são limpas e os políticos, bons.”
O Estado de S.Paulo