Rio - Apesar de Romário, Alex, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, a seleção brasileira não convenceu os torcedores que foram ao Maracanã. É certo que o campo pesado, por causa da chuva intermitente que caiu todo o dia, atrapalhou o desenvolvimento do time, que saiu vaiado ao fim do primeiro tempo. O que mais se ouviu durante o jogo foram gritos de "timinho, timinho" e "burro". "Assim não dá para ir à Copa, disse o engenheiro Marcos Antônio de Oliveira, que assistiu ao jogo da tribuna de honra. "Estou indignado com essa seleção, se é que esse time deve ser chamado de seleção."
Enquanto Luxemburgo ganhava as vaias do público, Romário era ovacionado. A cada toque na bola, ou a cada passe, a platéia ia ao delírio. O gol de pênalti, aos 10 minutos do primeiro tempo, foi a glória. "Olê, Olê, Olê, Olá, Romário vem aí e o bicho vai pegar", gritava em coro a torcida.
Romário, do campo, agradecia o carinho levantando as mãos. A mulher do atacante, Danielle Favatto, porém, queria mais. Antes de chegar ao Maracanã, acompanhada da filha Danielinha, de 4 anos, a mulher do atacante fez questão de dar um palpite. "Serão três gols do Romário, um para cada filho", disse ela. Danielle não escondeu a sua indignação com a não convocação do marido para a Olímpiada de Sydney. "Ele tinha que estar lá", afirmou.
Assim como ela, outro que mostrou decepção com a ausência do craque na seleção olímpica foi o atacante Didi, campeão mundial de 58. "Romário está em sua plenitude como jogador; além do preparo, tem experiência e é craque", elogiou. "Acho que ele deveria estar entre os convocados para Sydney, pois para a Copa de 2002 ele estará muito velho."
A expectativa do eterno meia do Botafogo em relação ao resultado da partida era igual a de qualquer mortal torcedor. "Com o ataque que tem, o Brasil vai ter que honrar a camisa que veste", disse Didi. "Chega de decepção."
Precavida, a Polícia Militar havia montado forte esquema de segurança com 2.200 homens de seis batalhões. "Estamos preparados para qualquer tumulto, mesmo que o Brasil perca", afirmou o coronel Fernando Bello.
O Estado de S.Paulo