Sydney - Os Jogos de Sydney vão respirar tecnologia. Tudo o que existe de mais avançado em ciência aplicada foi utilizado na organização do evento - na construção das instalações esportivas, por exemplo -, e na preparação dos principais atletas do mundo. Durante as competições da última olimpíada do milênio, o show high-tech vai brilhar como nunca, desde os uniformes sofisticados até os acessórios de última geração.
A luta por centésimos de segundo por meio de estudos aerodinâmicos serão constatados nos capacetes dos ciclistas e nas roupas dos nadadores e dos velocistas. O triatleta Leandro Macedo usou uma câmara hipóxica, que reproduz as condições de ar rarefeito encontradas em cidades de grandes altitudes como Colorado Springs, nos EUA, onde existe um centro olímpico de treinamento de referência. Com isto, o atleta garante um maior número de glóbulos vermelhos, o aumento na oxigenação no sangue e, conseqüentemente, a resistência em provas de longa duração.
Nos equipamentos a evolução é constante. Os tênis, por exemplo, estão leves e potentes do ponto de vista do impulso que reverte ao atleta em cada passada. Uma das novidades será uma placa de fibra de carbono colocada no solado, que impede a flexão exagerada do pé e dá um rendimento, estimado em 2% melhor em provas de longa distância.
Nas instalações esportivas, os australianos abusaram da criatividade tecnológica. Além dos recursos utilizados para construir estádios ecologicamente corretos - placas para captação de energia solar e reservatórios de água de chuva, que, depois de tratada, são utilizadas em banheiros, para a lavagem das arquibancadas e irrigação de gramados e jardins -, a ciência também auxilia o desempenho dos atletas. A piscina do Parque Aquático foi projetada para tirar proveito das leis da física, tanto no formato quanto na profundidade e nos cuidados tomados para diminuir as turbulências.
Os Jogos terão equipamentos sofisticados de processamento de dados. A infra-estrutura de informação, administração e operação contará com 600 servidores e 7.500 micro-computadores, número usado por grandes corporações mundiais.
O Estado de S.Paulo