O delegado federal Antônio Rayol, da Divisão de
Prevenção e Repressão a Crimes Fazendários, informou, nesta segunda-feira, que
pretende investigar a ligação de Wanderley Luxemburgo com a
empresa Balridge Propertils Limited, cuja sede fica em Nassau,
capital das Bahamas, um notório paraíso fiscal.
De acordo com o
registro do 5º Ofício de Notas, o técnico intermediou a venda de
um apartamento à empresa.
Rayol encaminhou, nesta segunda, à Delegacia Fazendária da Polícia Civil
e ao Ministério Público Estadual um pedido de levantamento de
informações sobre a participação do técnico no episódio para,
com base nos dados, decidir se abrirá ou não um inquérito.
Segundo o 5º Ofício de Notas, o apartamento 601 do bloco 1 do
prédio de número 1.500 da Avenida Prefeito Mendes de Moraes, em
São Conrado, foi vendido da Planim Planejamento Imobiliário Ltda
para a empresa das Bahamas com intermediação de Luxemburgo.
"Por enquanto, tudo não passa de especulação", afirmou
Rayol. "Uma pessoa jurídica tem que ter uma pessoa física que a
represente nesse tipo de negociação; isso não é crime." O
delegado acha, no entanto, que o assunto merece ser investigado.
"A razão mais comum para as pessoas abrirem empresas nesses
locais é omitir renda do imposto", disse. "Até porque os
paraísos fiscais garantem sigilo total."
Michel Assef garantiu que Luxemburgo não é proprietário nem
representante de nenhuma empresa nas Bahamas. Segundo Assef, o
que ocorreu foi uma transação meramente comercial. "Ele comprou
um apartamento da Planim e, antes mesmo de lavrar a escritura
definitiva, o vendeu para essa empresa", explicou. "Ele nem
conhece essa Balridge."