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Guga está fora da Olimpíada
Terca-Feira, 05 Setembro de 2000, 22h25

Divulgação

São Paulo - Depois de meses de negociações entre o Comitê Olímpico Brasileiro, a equipe de Gustavo Kuerten e a Diadora, em que nenhuma das partes chegou a um acordo sobre o uniforme que Guga vestiria nos Jogos Olímpicos de Sydney, o tenista brasileiro decidiu, nesta terça-feira, não disputar a competição.

Patrocinado pela Diadora desde 1995, Gustavo Kuerten, liberado pela empresa, jogaria a Olimpíada com o uniforme oficial da equipe brasileira, mas sem o logo da Olympikus. Os seus patrocinadores, Banco do Brasil e Globo.com, que expõem suas logomarcas nas camisas de jogo e treino do tenista, já estavam cientes, por não serem patrocinadores de material esportivo, de que Guga não jogaria a Olimpíada com os respectivos logos nas mangas e nem exporia as marcas durante a competição, não havendo objeção alguma.

De acordo com as regras do Comitê Olímpico Brasileiro, Guga teria de vestir, como os demais integrantes da equipe brasileira, o uniforme da Olympikus, patrocinadora da equipe do Brasil durante as Olimpíadas. Entende-se por uniforme calções e camisetas, uma vez que raquete e tênis seriam de uso pessoal de Guga (Head e Diadora), pelo fato de que podem alterar sua performance em quadra.

Desde o início das negociações com o COB, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, havia enfatizado que não abriria nenhuma exceção para Guga, diferentemente do que fez com o futebol e com alguns competidores do atletismo, que vestirão os uniformes de seus respectivos patrocinadores.

Há alguns meses, Nuzman entrou em contato com as confederações de todos os esportes para ver se alguma delas tinha contrato de patrocínio com algum fabricante de material esportivo, para então negociar o problema do uniforme. Como a Diadora não é patrocinadora da Confederação Brasileira de Tênis e sim de um atleta individual, a CBT não se manifestou.

Guga e sua equipe tentaram então entrar em um acordo com a Diadora e o COB, tentando buscar uma maneira que não prejudicasse ambas as partes.

A Diadora chegou a abrir mão do uniforme, deixando Guga jogar com o uniforme do Brasil, para que o tenista jogasse com as cores da sua nação e defendesse o país como os demais esportistas, desde que o logo da Olympikus não aparecesse, mas o COB não cedeu.

"Fiquei muito triste ao ter que tomar esta decisão de não ir a Sydney. Era um sonho meu jogar as Olimpíadas e defender o Brasil, mas não poderia desonrar o meu patrocinador, a Diadora, que me apoiou desde o início da carreira e acreditou em mim, quando ninguém me conhecia e os títulos de Roland Garros passavam longe da minha cabeça. Se não fossem eles, talvez eu nem estivesse na posição em que estou hoje", afirmou Guga. "Infelizmente foi essa a escolha que tive que fazer e foi feita agora, em cima da hora, porque a minha equipe estava tentando, até o último momento, uma maneira em que pudesse jogar. A vida me ensinou que obstáculos como esses aparecem para me fortalecer e vou trabalhar ainda mais forte para jogar cada vez melhor. Vou continuar firme e forte e daqui do Brasil vou ficar torcendo para os meus amigos e para toda a equipe brasileira voltar com muitas medalhas, especialmente o meu conterrâneo, Fernando Scherer."

L!Sportpress


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