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COB impõe fiscalização aos uniformes
Quinta-Feira, 07 Setembro de 2000, 02h36

Camberra - O ‘caso Guga’ deflagrou ontem uma nova operação na equipe olímpica brasileira, alojada no Instituto Australiano de Esportes (IAE): a fiscalização dos uniformes que os atletas estão usando nos treinamentos e nas dependências da concentração em Camberra. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) determinou aos chefes de equipes a responsabilidade pelo uso correto de todas as roupas fornecidas pela Olympikus. De todos os integrantes da delegação brasileira no IAE, os únicos autorizados a usar outra marca nos treinamentos são os representantes do atletismo, cuja confederação mantém, até 31 de dezembro, contrato de fornecimento de material esportivo com a empresa italiana Fila.

Mesmo assim, os primeiros incidentes foram registrados ontem. O chefe da delegação de atletismo, Martinho Nobre dos Santos, teve de chamar a atenção de alguns corredores que estavam na sala dos computadores do IAE para acessar a Internet, com calças de agasalho da Fila. O dirigente solicitou a imediata troca de roupa para evitar problemas. “Vamos ter de tomar cuidados adicionais para cumprir a solicitação do COB”, comenta o secretário-geral da Confederação Brasileira (CBAt). “Eles saem do treino e se esquecem de trocar o agasalho.”

Martinho entregou ontem uma lista de material que ainda falta ser entregue aos atletas pela Olympikus e outra relação do que precisa ser trocado ao representante da empresa na delegação brasileira, Maurício Fragata.

Claudinei Quirino, um dos atletas que têm o patrocínio individual da fábrica de material esportivo gaúcha, reclamou não ter roupas suficientes para usar. A reclamação foi feita diretamente a Fragata, que ficou de resolver hoje a situação. “Temos diversos fornecedores no Brasil e o tamanho nem sempre é o mesmo”, explica. “O tamanho G de uma empresa nem sempre é compatível com o de outro fabricante.”

A culpa, porém, nem sempre é de fornecimento. Eronildes Araújo, por exemplo, deixou em casa metade do material que recebeu da Olympikus para o uso na Austrália. Ele argumentou ao chefe de equipe que não sabia que teria de trazer todos os uniformes.

“Fiquei tão surpreso que nem quis entrar em discussão”, lembra Martinho. Nos treinos do judô, os atletas têm usado roupas de outras marcas por baixo do quimono. Nas sessões de alogamento, por exemplo, quando tiram o uniforme de luta, alguns exibem camisas de seus clubes, o que é vetado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Por isso, o COB reforçou a vigilância.

O Estado de S.Paulo


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