Sydney - Os aborígenes farão protestos pacíficos durante as Olimpíadas de Sydney para mostrar sua insatisfação com a Austrália branca, segundo o líder do grupo indígena mais forte do país.
Geoff Clark, presidente da Comissão Aborígene Torres Strait Islander, disse que as Olimpíadas fornecem a oportunidade perfeita para os aborígenes colocarem suas queixas em destaque.
Segundo ele, um protesto violento diante de milhares de jornalistas internacionais seria contraproducente e prejudicaria também os esforços dos atletas aborígenes, incluindo a velocista campeã mundial dos 400 metros, Cathy Freeman.
``Temos sido objeto de tortura mental e violência neste país por 200 anos'', declarou Clark. Ele não deu mais detalhes sobre os protestos dos aborígenes, cujos líderes se encontraram nesta quarta-feira com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch.
O líder aborígene Charles Perkins ganhou as manchetes internacionais ao dizer, em abril, que os visitantes das Olimpíadas veriam ``carros e edifícios em chamas''.
Perkins admitiu que seus comentários tinham raiz em décadas de frustrações e maus tratos ao seu povo, mas agora só apóia protestos pacíficos.
Os aborígines são 2,1 por cento dos 19 milhões de australianos, e o grupo mais desfavorecido da população. São os mais pobres, têm a maior taxa de mortalidade e são presos em maior número.
Reuters