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Tênis brasileiro retoma fôlego com ida de Guga
Sexta-Feira, 08 Setembro de 2000, 20h24

São Paulo - O tênis brasileiro espera retomar o fôlego com a participação de Gustavo Kuerten na Olimpíada, junto a Jaime Oncins, Vanessa Menga e Joana Cortez. Depois do impasse que ameaçou a ida do nosso principal jogador a Sydney, a volta dos investimentos agora já está assegurada, como revelou Renato Naergele, consultor técnico do Banco do Brasil. Para um futuro próximo, surge o objetivo de vencer um novo desafio: colocar a modalidade na tevê aberta - hoje com a maioria das transmissões nos canais a cabo.

Este desafio do BB coincide com os interesses da rede Globo (que de certa forma também patrocina Guga, com a Globo.com). A rede de tevê já comprou alguns eventos de grande repercussão e poderá transmitir algumas das principais partidas para não sofrer um novo golpe como o da final de Roland Garros deste ano. A Record exibiu o jogo de Guga x Magnus Norman, ao vivo, e foi a campeã da audiência.

Uma das idéias de Naergele seria de imitar as transmissões na França, em que dois ou mais canais se revezam nas exibições dos jogos de Roland Garros. Uma parceria semelhante no Brasil resolveria o problema de programação apertada das emissoras que não podem passar o dia todo mostrando apenas tênis. Por isso, está em busca de parceiros que também tenham este interesse.

Abrir o tênis para várias camadas da população seria um bom caminho para dar prosseguimento ao projeto "Tênis Brasil", que tem o objetivo de popularizar a modalidade.

Hoje este programa já conta com escolinhas para crianças carentes, com 200 vagas de aulas gratuitas em quatro cidades do País (serão oito em 2001), torneios juvenis, já em andamento e vai realizar um desafio Brasil x Argentina, em outubro no Ibirapuera,sem contar, é claro, com o patrocínio de Guga.

Na Olimpíada de Sydney, os investimento do BB estão retomados. Havia a possibilidade de um corte de R$ 1,8 milhão com a desistência de Guga, mas agora o projeto readquiriu a força inicial. Em Sydney haverá uma série de ações promocionais, com os tradicionais kits de camisetas, bonés e outros, mas sem a marca do banco, respeitando integralmente os limites de publicidade que envolvem a competição. Serão montados também centros promocionais estilizados para dar as cores do Brasil na festa olímpica.

No momento, os investimentos no tênis contribuem para amenizar um momento delicado. O Brasil perdeu nos últimos dias a possibilidade de ser sede de dois grandes torneios. Ontem, por exemplo, a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) anunciou que o Mundial de Tênis, que estava previsto para São Paulo, em 2001, será jogado em Sydney, com os oito melhores jogadores da temporada. Na semana passada, em Nova York, nem a Octagon, nem a João Lagos Sports foram as escolhidas para organizar uma etapa do ATP Tour no Brasil. Buenos Aires ganhou este direito, com o norte-americano Butch Bulcholls, da All Tennis, empresa que promove a Ericsson Cup, em Miami, e o circuito da Copa Ericsson, na América Latina.

Agência Estado


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