São Paulo - O alemão Michael Schumacher, da Ferrari, liderou de ponta a ponta e venceu o Grande Prêmio da Itália, em Monza, neste domingo. O Mundial de Pilotos ainda é liderado por Mika Hakkinen, da McLaren, que foi o segundo. Ele tem 80 pontos, contra 78 do alemão.
Rubens Barrichello saiu da prova na primeira volta, em um acidente feio que provocou a morte de um bombeiro que estava próximo à pista. Ocorrida na segunda chicane, a batida foi aparentemente provocada por Heinz-Harald Frentzen, da Jordan, em que sete pilotos ficaram de fora -entre eles, David Coulthard, da McLaren, que admitiu ter perdido suas últimas chances de título nesta temporada. Em entrevistas depois da prova, Rubinho e Frentzen acusaram-se mutuamente pelo acidente.
O terceiro lugar foi Ralf Schumacher, da Williams, seguido por Jos Verstappen, da Arrows, e Alexander Wurz, da Benetton.
Ricardo Zonta, da BAR, foi a surpresa da corrida: foi o mais rápido do warm up, correu bem e, com três paradas nos boxes, terminou em 6°, marcando seu segundo ponto na temporada. Pedro Paulo Diniz, da Sauber, foi o 8°.
A corrida começou com fortes emoções. Logo na primeira chicane, houve uma batida
envolvendo Eddie Irvine e Alesi, que deixou o irlandês fora da prova. Mas o
pior ainda estava para acontecer. Na entrada da segunda chicane,
Heinz-Harald Frentzen não conseguiu frear e simplesmente "varreu" para fora
da pista outros cinco pilotos: Rubens Barrichello, Jarno Trulli, David
Coulthard, Johnny Herbert e Pedro de La Rosa, que bateu muito forte na
McLaren de Coulthard, decolou, capotou várias vezes e parou de cabeça para
baixo, em cima da Ferrari de Barrichello. Os pilotos nada sofreram, mas o bombeiro italiano Paolo Guislinberti foi atingido por um pedaço do Arrows de De La Rosa e teve
traumatismo craniano e não resistiu.
"O Frentzen foi estúpido no que fez. Tem um pedaço de capacete lá na pista.
Se ele não tomar uma suspensão de umas dez corridas, não sei mas o que
fazer. Pode ter machucado seriamente alguém", disse um revoltado Barrichello, que foi se deculpar com Coulthard, que o eximiu de qualquer culpa. O escocês, aliás, saiu reclamando de fortes dores nas mãos.
Os organizadores da prova determinaram que os pilotos envolvidos no acidente fossem ouvidos depois da prova para apuração de responsabilidades.
A corrida recomeçou na 11ª volta, quando o safety-car saiu da pista, com
Michael Schumacher, Mika Hakkinen, Jacques Villeneuve, Ralf Schumacher,
Giancarlo Fisichella e Jenson Button nas seis primeiras colocações. Michael
Schumacher, para poder relargar bem, retardou tanto a reaceleração que os
pilotos praticamente pararam na pista. Nisto, Jenson Button, para não bater
na traseira de Ralf Schumacher, teve que jogar o carro na grama e bateu
forte no guard rail, abandonando a prova. O canadense Jacques Villeneuve, da
BAR, também abandonou em seguida, ao rodar na segunda curva de Lesmo.
Zonta é quem começou uma espetacular corrida de recuperação,
ultrapassando Nick Heidfeld, Marc Gené e depois Alexander Wurz, da Benetton.
Em seguida, passou Giancarlo Fisichella e Ralf Schumacher, assumindo a
quarta posição na prova. A partir de então, começou uma perseguição ao
Arrows de Jos Verstappen, que vinha em terceiro. O brasileiro já tinha feito
o melhor tempo no warm up pela manhã.
E, na 20ª volta, o piloto da BAR colocou por dentro na primeira chicane do
circuito e saiu lado a lado com o holandês. A força do motor Honda falou
mais alto e Zonta contornou a curva seguinte na terceira posição. No
entanto, na 23ª volta o brasileiro entrou nos boxes para fazer o
reabastecimento e a troca de pneus e, com isto, caiu para a 11ª posição. Com
duas voltas, já estava em nono e perseguia novamente o espanhol Marc Gené,
da Minardi, que logo foi ultrapassado.
Na 33ª volta, Schumacher já tinha nove segundos de vantagem sobre Mika
Hakkinen. Ao mesmo tempo, Ricardo Zonta começou a pressionar Alexander Wurz,
da Banetton, que ocupava a sexta posição. Pedro Paulo Diniz era o oitavo. No
entanto, na 36ª volta, Zonta entrou para seu segundo pit stop, perdendo
muitas posições. Pedro Paulo Diniz entrou na volta seguinte.
Na 39ª volta, o líder Michael Schumacher entrou nos pits e, com isto, o
finlandês Mika Hakkinen, que ainda não havia parado nos boxes, assumiu a
liderança da prova. O piloto da McLaren só parou na volta 42, quando caiu
novamente para a segunda posição.
Em seguida, Ralf Schumacher e Fisichella, que estavam em terceiro e quarto
lugares, entraram nos boxes. Fisichella teve um problema com o macaco que
suspende o seu carro e perdeu muito tempo dentro do pit, perdendo a posição
para Verstappen, que se tornou a surpresa do GP, além de Wurz e Zonta.
Neste momento da prova, a sete voltas do fim, os seis primeiros eram Michael
Schumacher, Hakkinen, Ralf Schumacher, Verstappen, Wurz e Zonta.
A partir daí, a corrida não trouxe mais surpresas, terminando desta forma.
Hakkinen ainda tentou esboçar uma reação, mas não teve jeito e Schumacher
fez a festa com a torcida.
O campeonato continua no dia 24 de setembro com o GP dos EUA, em Indianápolis, 15ª prova da temporada.
Confira a classificação do GP da Itália
Confira a prova volta a volta em Monza
Veja como ficou o Mundial de Construtores