Sydney - O nadador norte-americano Hal Haig Prieste, de 103 anos, devolveu nesta segunda-feira ao COI a bandeira oficial que roubou nos Jogos Olímpicos de Amberes (Bélgica), há 80 anos. Preso a uma cadeira de rodas, cego e quase surdo, Prieste entregou ao presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, a bandeira que tirou do mastro durante a Olimpíada de 1920, quando conquistou a medalha de bronze na plataforma, na modalidade de saltos ornamentais.
Prieste, de origem armênia, guardou a bandeira em uma caixa de segurança em Nova Jersey, onde mora, e agora o troféu será exibido no Museu Olímpico de Lausanne (Suíça). “Não foi bom para mim”, disse ao entregar a bandeira sob os aplausos dos assistentes da sessão do COI em Sydney. “Não poderia colocá-la no meu quarto porque não vou continuar por aqui por muito tempo mais”, afirmou o ex-saltador.
Para roubar a bandeira do COI em Amberes, a primeira com o famoso símbolo dos cinco anéis, Prieste contou com a ajuda de seu companheiro Duke Kahanamouk. Os dois saíram correndo, escapando da perseguição da polícia. “Estávamos sempre juntos e fizemos muitos atos cômicos, como os de Laurel e Hardy (a conhecida dupla do cinema do Gordo e o Magro. Ele era um grande sujeito, com um grande senso de humor”, lembrou Prieste.
O presidente do Comitê Olímpico dos EUA, Bill Hybl, disse na cerimônia que Prieste estava a salvo do alcance da Justiça da Bélgica, porque seu crime havia prescrito depois de 80 anos. Prieste recebeu de Samaranch uma medalha olímpica comemorativa dentro de uma caixa, o que levou o veterano ex-atleta a perguntar: “O que é isto? Lenço?".
Agência Estado