Sydney - Depois de sua chegada a Sydney, a francesa Marie-José Pérec se fechou num quarto de hotel e não deu mais notícias. O isolamento da atleta está gerando muitos boatos sobre o seu estado físico e preparação para a prova dos 400m nos Jogos Olímpicos de Sydney.
"Eu não tenho nada a dizer sobre o assunto a não ser o que já foi dito pelo Comitê Olímpico Francês", disse Richard Descoux, o diretor técnico nacional, no alojamento tricolor de Narrabeen (a 60km de Sydney). "Eu sei que ela está procurando um estádio para treinar. Se ela quiser vir à Narrabeen será bem-vinda. Eu tenho dito todos os dias que o estádio está aberto para todos os atletas franceses", afirmou.
Segundo os boatos, Pérec deve aceitar o convite, apesar de não se dar muito bem com Richard Descoux. Sempre orgulhosa de treinar por meios próprios, ela não encontrará facilidade para achar pistas de 400m em Sydney.
O diretor técnico acredita que a campeã se inquieta pelo credenciamento de seu treinador alemão, Wolfgang Meier, e de seu companheiro, o americano Anthuan Maybak.
"Já comuniquei ao Comitê Nacional Olímpico e Esportivo Francês (CNOSF) que não há problemas para o credenciamento do seu treinador, mas eu não tenho nenhuma autorização disponível para seu amigo", afirmou Richard Descoux.
O suspense continua cercando a tricampeã olímpica que disputa sua quarta Olimpíada, na qual a maior adversária é a australiana Cathy Freeman.
Os boatos em torno de Marie-Jose Pérec em Sydney são uma seqüência dos muitos comentários que cercaram as apresentações da atleta nesta estação. Desde que partiu para Rostock (Alemanha) no fim de janeiro, para trabalhar com Wolfgang Meier, Pérec fez pairar mistérios sobre sua primeira aparição no dia 5 de julho, na pista de Lausanne na prova de 200m, a qual terminou com 22s71. Três dias mais tarde, ela deu outro golpe nos fofoqueiros de plantão, ao disputar pela primeira vez a prova dos 400m e conquistar o terceiro lugar, com o excelente tempo de 50s32.
Com a passagem para Sydney no bolso, ela expressou sua vontade de correr, apesar de dosar suas aparições. Mas cada confirmação de sua presença nos Jogos é seguida de um boato. Uns dizem que ela pode estar machucada, como aconteceu na Copa da Europa, em Gateshead (Inglaterra) no meio de julho. Outros falam que a atleta pode não ter concordado com questões econômicas da competição, como aconteceu na reunião de Bruxelas, no final de agosto.
"Não se preocupem, eu sei o que estou fazendo. Há três corridas até a final olímpica e eu usarei cada uma delas para me preparar", garantiu a atleta, que antes de realizar uma ótima prova de 200-400m em Atlanta, também só competiu três vezes.
Mas quatro anos já se passaram, período no qual ela esteve doente. Será que a atleta conseguirá fazer um recorde olímpico novamente aos 32 anos? A resposta desta pergunta só será conhecida no próximo dia 22.
France Presse