Sydney - O baiano Eronildes Araújo, 29 anos, alcançou a maturidade física. Os testes realizados na pista do Instituto Australiano de Esportes comprovam a boa forma e deixam o técnico Jayme Netto Júnior animado para a Olimpíada de Sydney, a terceira na carreira do atleta. Motivos não faltam. No ano passado, Eronildes conquistou o tricampeonato Pan-Americano em Winnipeg e a quarta colocação no Mundial de Sevilha. Agora, melhor treinado, a esperança é de um desempenho ainda melhor.

O seu objetivo inicial de `Eron' é passar pelas eliminatórias e garantir uma vaga na final dos 400 m com barreiras. "Se ficar entre os oito, aí posso pensar em buscar um grande resultado", comenta o estudante do segundo ano de Educação Física, em São José do Rio Preto, onde treina e mora. Sua temporada tem sido irregular. Ele foi muito bem na primeira fase do circuito europeu de meetings, conseguindo 48s25 como melhor resultado, em Atenas. Na segunda etapa, o desempenho não foi tão bom. "Estávamos treinando forte e as marcas não saíram", diz o atleta, pai de Thainne, de 3 anos. Barreiras para tudo Além das dificuldades naturais dos atletas que antes do esporte vencem a pobreza, ele teve de superar uma grave lesão no tendão de Aquiles esquerdo, provocada pela rigidez da pista de Presidente Prudente, onde treinava. Passou por uma delicada cirurgia, que o tirou do Campeonato Mundial da Grécia, em 1997.

Para prevenir maiores problemas, Eron mudou-se com a família para São José do Rio Preto, onde a pista sintética era nova, há um ano e meio. Ele é o único atleta de Jayme Netto Júnior a ser treinado à distância - a exatos 280 quilômetros. "É uma situação difícil porque recebo as orientações por e-mail e telefone e tenho de me exercitar sozinho", lembra o barreirista, recordista sul-americano com a marca de 48s05.