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Ronaldinho 'engana' torcedor eslovaco
Terça-feira, 12 Setembro de 2000, 21h42
Atualizada: Terça-feira, 12 Setembro de 2000, 21h42

Brisbane - Clodoaldo e Tostão são especiais e inesquecíveis para o taxista Gabriel Simek, de 44 anos, um dos poucos eslovacos em Gold Coast, balneário australiano onde a seleção brasileira de futebol masculino, que estréia na Olimpíada na madrugada de quinta-feira, está concentrada.

Apaixonado pelo futebol brasileiro, ele está dividido e não sabe como vai se comportar no estádio The Gabba, para onde levará sua mulher e os dois filhos para acompanharem o jogo entre Brasil e Eslováquia. Simek quer ver Ronaldo em ação e diz que sempre torceu pela recuperação do jogador. Mas de que Ronaldo o eslovaco está falando? "O que joga na Itália, o da Copa da França, é ele que está aqui, não?" A resposta negativa o desaponta. Assim como Simek, muita gente na Austrália pensa que só existe um Ronaldo na elite do futebol brasileiro.

"Eu não sabia disso", continua o taxista, agora hesitante, ainda aturdido com o mal-entendido. Numa rápida corrida do Gold Coast Stadium até a estação de trem de Nerang, no sul de Brisbane, Simek conta como passou a se interessar pelo futebol brasileiro, sobretudo pelos craques da Copa de 1970.

Ele ainda morava na Checoslováquia, dividida atualmente em República Checa e Eslováquia, e assistiu pela TV a conquista do tricampeonato, exultando a cada gol do Brasil. Lembra de lances da final do campeonato, no jogo em que a seleção venceu a Itália por 4 a 1, e considera aquela antiga geração de craques inigualável.

Para Simek, só Ronaldo - o da Inter de Milão - poderia ser capaz de produzir, hoje, jogadas de efeito, com talento e explosão. Apesar de uma certa frustração por não poder ver em ação o outro Ronaldo, Simek é presença certa no The Gabba nesta quinta-feira. Sabe que a família toda vai torcer pela Eslováquia e prevê um jogo difícil.

"O time do meu país é muito duro, sem técnica, mas compensa no suor."

As informações sobre Ronaldinho, o do Grêmio, parecem despertá-lo. No fim, ele mesmo encontra um argumento para conformar-se: menciona a grande divulgação que os jornais locais estão dando ao jovem atacante gaúcho. E conclui. "Se falam tão bem dele, é porque deve ser especial também."

Agência Estado


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