Porto Alegre - O iatista brasileiro Robert Scheidt tem um desafio adicional na sua luta pelo bicampeonato olímpico em Sydney. Não é a pressão de ter o favoritismo unânime na classe Laser.
Ele ainda não sabe como vai enfrentar a oscilação do vento que tem rondado em todas as direções na baía de Rushcutters, local das competições olímpicas de vela, para surpresa de todos os velejadores.
As raias da baía são velhas conhecidas de Scheidt, que nelas treinou e competiu em 1998 e em 1999, sempre no mês de setembro
´´Sabia que iria encarar ventos oscilantes, mudança de correnteza, raias diferentes, mas estou surpreso é com a intensidade dos ventos que encontrei dessa vez. ´´
O tetracampeão mundial, de 27 anos, já tem sua estratégia definida. Em uma Olimpíada, o perigo, segundo afirmou “é acordar com o pé esquerdo e perder um trabalho de quatro anos”. A partir do dia 22, o brasileiro acha que nenhum dos seus principais rivais – o inglês Ben Aisnlie, o australiano Michael Blackburn, o holandês Serge Katz e o sueco Karl Suneson – terá vantagem com as condições dos ventos em Sydney.
´´Eles são bons em qualquer situação – afirmou Scheidt. O importante será largar bem nos 100 metros iniciais. Nisso está 80% do sucesso da regata. Pega-se vento limpo. ´´
Scheidt, que defende o título de campeão olímpico obtido em Atlanta/1996, gosta dos ventos fortes. Mas acentua que, em Sydney, além de fortes eles são oscilantes, o que dificulta muito a condução do barco na regata.
´´O difícil é estar navegando a 15 nós (27km/h) e sofrer uma rajada de de 30, 35 nós (54 a 63 km/h) na cara´´, explica.
O estresse pré-competição, Scheidt enfrenta quando sai do ambiente de Rushcutters e procura manter a rotina de outras competições. Para relaxar no trajeto de 45 minutos da Vila Olímpica até a baía, costuma ouvir Rolling Stones, U2, Eric Clapton e Skank.