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Adhemar Ferreira da Silva analisa chances brasileiras
Quarta-feira, 13 Setembro de 2000, 22h04

Sydney -Preocupação e ceticismo. Estes são os sentimentos de Adhemar Ferreira da Silva sobre as chances do atletismo brasileiro em Sydney. Na opinião do brasileiro que mais entende de ganhar medalhas, a equipe tem poucas chances de pódio e ainda foi muito prejudicada pelo frio durante sua estada em Canberra. Adhemar esteve nesta quarta-feira na festa de inauguração da Casa Brasil, no Australian Technology Center, em Sydney, e, segundo ele, a equipe brasileira é composta por muitos atletas novos e inexperientes, o que torna difícil a expectativa por medalhas.

Para o bicampeão do salto triplo em Helsinque-52 e Melbourne-56, apenas três modalidades podem sonhar com medalhas: os 200m rasos, com Claudinei Quirino, o revezamento 4x100m, que conquistou o bronze em Atlanta, e os 400m com barreiras, com Eronildes de Araújo. Segundo Adhemar, os demais atletas brasileiros são muito jovens e poderão render melhor daqui a quatro anos.

O bicampeão analisa o atletismo brasileiro como algo cíclico, em que valores aparecem em modalidades nas quais há grandes ídolos e não como uma escola que revele valores por sua capacidade de treinamento. Como exemplo, usou sua carreira para mostrar que, após ele, surgiram Nélson Prudêncio e João Carlos de Oliveira. Mais tarde, após Joaquim Cruz vieram Zequinha Barbosa e Agberto Guimarães. E, por fim, após Róbson Caetano, apareceram Claudinei Quirino e André Domingos - todos mais frutos do acaso e da própria dedicação do que de uma política de apoio ao esporte.

Leia abaixo a análise de Adhemar Ferreira da Silva sobre os brasileiros que competirão no atletismo em Sydney:

Claudinei Quirino: Está muito bem, mas tem pelo menos seis grandes adversários contra ele. Espero que ele nos dê uma surpresa e acabe chegando ao pódio.

Eronildes Araújo: Ele já possui uma boa experiência em Olimpíadas, e poderá ser um medalhista.

Revezamento 4x100m: Está bem treinado na passagem do bastão. Se estiverem bem como parecem que estão, é possível que estejam entre os finalistas e até no pódio.

Maerren Maggi: É uma menina, que pela primeira vez disputa uma Olimpíada, e isso pode pesar para ela. Ela deverá estar mais bem preparada para Atenas.

Nélson Ferreira: Pode ser uma surpresa, mas é muito difícil. Ele tem saltado 8,18m, que é uma boa marca. Mas seu adversário é o cubano Iván Pedroso, que é o grande favorito ao ouro.

L!Sportpress

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